“Lula parece uma barata tonta”, diz autor do discurso de posse

O antropólogo e escritor Antonio Risério, que possui ligações históricas com a esquerda e o Partido dos Trabalhadores (PT), fez duras críticas à gestão Lula neste domingo (6). Risério atuou diretamente na campanha de Lula a presidente em 2002, sendo o responsável por escrever o discurso de posse do primeiro mandato do petista, em 2003.

Para ele, a gestão Lula é “um governo completamente perdido”, com “tudo no improviso” e “sem projeto nacional”. O ex-aliado, entretanto, entende que o petista passou a perder crédito com apoiadores ainda no primeiro mandato.

“Lula tentou fazer algumas coisas, mas o tempo inteiro ele foi o cara da barganha. Foi o cara do jogo duplo, triplo até. Hoje, eu acho um governo completamente perdido. Ele não tem noção do que está fazendo. Na política externa, parece uma barata tonta de esquerda. Na política interna, uma barata tonta de centro. Eu não consigo ver uma luz neste governo”, declarou ao Poder360.

“Lula não tem nenhum projeto para o Brasil. É tudo no improviso. Você pega o Milei na Argentina – pode criticar à vontade, eu mesmo tenho milhões de restrições –, mas tem uma linha. Lula não tem. E agora ele volta a fazer aquela coisa horrorosa, de dividir o país entre nós e eles, que fez para enfrentar o Mensalão”, prosseguiu.

Risério chegou a ocupar o cargo de diretor da Fundação Cultural Palmares (ligada ao Ministério da Cultura) no primeiro mandato de Lula, e colaborou novamente com a campanha do petista em 2006. No entanto, a partir de 2010, passou a adotar uma postura crítica ao PT, a Lula e ao identitarismo de esquerda.

Na entrevista deste domingo, ele classificou o atual presidente como “traidor”.
“Lula é muito o jogo obscuro. Traiu tudo que foram nossos projetos na luta pela redemocratização do Brasil. Deixou tudo para trás. Foi compor com as velhas políticas oligárquicas, optou por todo tipo de barganha”, disse. “Ele faz qualquer jogo para se manter no poder. Isso foi uma coisa que me fez me afastar e romper com a coisa petista”, prosseguiu.