O deputado português Marcus Santos confirmou nesta sexta-feira (27), em entrevista ao programa Café com a Gazeta, que o partido de direita Chega, de Portugal, está investigando as atividades do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes no país europeu e afirmou ainda que “parceiros da direita” na Europa, além dos portugueses, também devem se somar ao esforço de investigar o ministro.
No começo da semana, o líder do Chega, André Ventura, disse que o partido recebeu denúncias a respeito da suposta “influência, patrimônio e rede de interesses” do magistrado em solo português.
As declarações vêm em um momento em que Gilmar Mendes está promovendo o Fórum Jurídico de Lisboa, que ocorre na capital portuguesa na próxima semana, a partir do dia 2. O evento anual ganhou apelido de “Gilmarpalooza” e contará com a presença de outros ministros do STF, políticos brasileiros, empresários, juristas e autoridades portuguesas.
Entre as principais declarações feitas pelo deputado Marcus Santos, integrante do Chega, partido que lidera a oposição em Portugal, está uma investigação para apurar se o ministro usa de sua influência no STF para beneficiar empresas com processos na corte.
O deputado também fez críticas ao que chama de “autoritarismo do STF”. “O autoritarismo do STF tem feito uma ditadura e tem passado por cima do Senado e da Câmara dos Deputados. Isso não é normal e saudável para uma democracia e os países irmãos, que têm uma boa relação com Portugal, estão preocupados”.
“Não podemos interferir diretamente, porque o Brasil é um país soberano. Mas podemos dar as nossas indicações e demonstrar a nossa frustração do caminho que o Brasil está a tomar”, disse o deputado no programa Café com a Gazeta.
Marcus afirma que integrantes da política nacional buscam Portugal para divulgar sua agenda ideológica “porque sabem que não são bem vistos pela sociedade brasileira”.
Ministro ironiza acusações do partido português
Gilmar Mendes recebeu com ironias as intenções do partido Chega de abrir uma investigação para apurar as “influência, patrimônio e rede de interesses” do jurista em Portugal.
“Eu acho graça, bem-humorado. É mais do que um evento do Gilmar, é um evento bipartite com a Universidade de Lisboa, a FGV e muita gente que colabora. São mais de três mil inscritos e 400 palestrantes em 50 painéis”, disse ao Metrópoles.
O jurista diz que o evento acontece em Portugal, em razão de outros semelhantes já terem acontecido no Brasil.
“O mundo em transformação – Direito, democracia e sustentabilidade na era inteligente” será o tema da edição deste ano.
Fonte: Gazeta
