Dois réus são julgados em Belém por morte de agente de portaria em 2023
Matheus Gonzaga Alencar Mendes e Milena Furtado Santos foram condenados à prisão pela morte de Marciely Lopes Ferreira, de 30 anos. O corpo dela foi encontrado dentro de um barril nas dependências da empresa onde trabalhava, em Barcarena, na Grande Belém, em março de 2023.
Matheus e Milena, que eram namorados, foram a júri popular nesta quinta-feira (4), no Fórum de Belém. O julgamento trouxe à tona detalhes do crime.
O acusado trabalhava na mesma empresa que a vítima e confessou ter assassinado Marciely. Segundo familiares, ele tinha um relacionamento conturbado com ela. De acordo com o Tribunal de Justiça (TJ), brigas recorrentes entre Matheus e a vítima dentro do trabalho motivaram o crime.
No depoimento, Matheus alegou que estava sob efeito de álcool e drogas no momento do crime. Além disso, ele falou que não se lembra do instante exato em que matou a mulher, que fazia parte do quadro de funcionários da empresa há dois meses.
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“Eu não lembro da ação… eu só lembro a hora que eu tava com o bastão na mão e vi ela no chão, a Milena tava assustada”, disse Matheus no depoimento.
Matheus também negou a acusação de que teria matado Marciely para que Milena ocupasse o cargo deixado por ela na empresa. No interrogatório, Milena relatou que não participou do assassinato, mas ajudou a limpar a cena do crime e a esconder o corpo.
As investigações do caso se concentraram em alguns objetos-chave: um taco, que teria sido usado para matar Marciely; a motocicleta que a vítima usava para ir trabalhar; e, principalmente, o celular de Marciely, utilizado após o crime.
Uma terceira pessoa, um adolescente, também é acusada de participar do crime. O adolescente teria sido o responsável por enviar as mensagens se passando por Marciely após a morte da vítima.
Testemunhas perceberam mudança em mensagens
O marido da vítima foi o primeiro a testemunhar no julgamento. Ele afirmou ter suspeitado que algo estava errado ao notar a diferença na escrita e na forma de tratamento durante a troca de mensagens pelo celular da esposa após o seu desaparecimento.
O cunhado de Marciely também percebeu a alteração. Segundo as testemunhas, algumas expressões usadas nas mensagens não faziam parte do linguajar habitual da vítima.
Familiares encontraram o corpo
Marciely foi encontrada morta dentro de um barril em uma empresa que fica em Barcarena, na Grande Belém, em 2023.
Reprodução / TV Liberal
Parentes disseram que Marciely saiu para o trabalho no dia 25, às 7h, e não voltou mais. O marido de Marciely tentou contato por telefone e não conseguiu nas primeiras tentativas, apenas depois, por mensagem.
Em seguida, ele foi até o trabalho da mulher, e Mateus, agente de portaria que estava no momento, informou que a funcionária teria saído em busca de atendimento médico porque estava com dor de estômago.
Os familiares decidiram sair em busca e voltaram à empresa. Mateus não permitiu a entrada dos familiares, mas eles permaneceram no local e fizeram buscas em uma mata próxima, onde encontraram vestígios de sangue.
“O suspeito estava lá na portaria, como se nada tivesse acontecido, e dizia que não sabia de nada”, diz um dos familiares da vítima.
Após outra tentativa, a família conseguiu entrar na empresa. Um dos parentes olhou dentro de um tambor e viu a mão da vítima, que estava com pedras por cima.
“Estava em um local discreto para que ninguém desconfiasse”.
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Fonte: O Liberal