Investigações de chacina na Amazônia continuam após prisão de sete suspeitos
A justiça do Amapá manteve a prisão de cinco policiais militares, um guarda civil municipal de Laranjal do Jari e um garimpeiro suspeitos de envolvimento na morte de 8 garimpeiros na divisa do Amapá com o Pará. Eles passaram por audiência de custódia nesta quarta-feira (13) e foram encaminhados ao sistema prisional.
Os suspeitos foram presos pela polícia do Amapá nesta terça-feira (12) em Macapá e Laranjal do Jari.
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Os presos são:
Douglas Vital Carvalho Costa – sargento da Polícia Militar
Matheus Cardoso de Souza – soldado da Polícia Militar
José Paulo Pinheiro da Silva Júnior – soldado da Polícia Militar
Iago Jardim Fonseca – soldado da Polícia Militar
Emerson Freitas dos Passos – soldado da Polícia Militar
Franck Alves do Nascimento – guarda civil de Laranjal do Jari
Benedito Rodrigues Nascimento – garimpeiro
Segundo o delegado-geral da Polícia Civil do Amapá, Cézar Vieira, os assassinatos ocorreram no lado paraense, a cerca de 200 metros do rio Jari. Como as vítimas e os suspeitos viviam no Amapá, a investigação ficou sob responsabilidade das autoridades amapaenses.
“O cumprimento dos mandados reforça nossa convicção sobre a participação dos suspeitos. Nosso objetivo é esclarecer toda a verdade, sem deixar ninguém de fora”, afirmou o delegado-geral.
Policiais são presos suspeitos de envolvimento em chacina na Amazônia
Rafael Aleixo/g1
O delegado Breno Esteves, da Polícia Civil de Laranjal do Jari, explicou que os garimpeiros foram mortos quando voltavam do garimpo.
“A dinâmica aponta para que tenha ocorrido quando eles estavam voltando do garimpo. E estariam as pessoas envolvidas esperando eles no porto e ali teria ocorrido o crime. Mais elementos a gente está apurando para poder verificar com todos os detalhes específicos”, informou Esteves.
Um dos garimpeiros sobreviveu porque não estava presente no momento da execução. Ele permaneceu no garimpo enquanto os outros oito desciam.
Coletiva sobre policiais presos suspeitos de envolvimento em chacina na Amazônia
Rafael Aleixo/g1
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Sobre o caso
Um grupo de nove garimpeiros foi atacado enquanto negociava terras em área de garimpo ilegal na divisa com o Pará. Oito morreram e um foi resgatado com vida. A polícia acredita que eles foram confundidos com assaltantes que atuaram na região dias antes.
As informações preliminares apontam que um grupo de assaltantes estava agindo na região para roubar ouro, o que teria provocado a reação dos suspeitos da chacina.
Os corpos foram encontrados em pontos distintos da mata e do rio Jari. Duas caminhonetes usadas pelo grupo foram incendiadas.
As vítimas foram identificadas como:
Antônio Paulo da Silva Santos, conhecido como “Toninho” – 61 anos, natural de Cedro – MA.
Dhony Dalton Clotilde Neres, conhecido como “Bofinho” – 35 anos, natural de Itaituba – PA. Era garimpeiro e praticava a atividade legalmente no município de Calçoene;
Elison Pereira de Aquino, conhecido como “Dinho” – 23 anos, natural de Laranjal do Jari – AP, atuava com transporte de combustível para o garimpo. Vítima deixou a esposa grávida. Corpo foi velado e sepultado no sul do Amapá;
Gustavo Gomes Pereira, conhecido como “Gustavinho” – 30 anos, natural de Ourilândia do Norte – PA. Segundo informações, morava em um condomínio em Macapá, era casado e pai de um bebê de 1 ano. Ele estaria no local como visitante e não possuía vínculo com atividades no garimpo;
Janio Carvalho de Castro, conhecido como “Jane”, natural de Bom Jesus do Tocantins – PA. Era garimpeiro e praticava a atividade legalmente no município de Calçoene;
José Nilson de Moura, conhecido como “Zé doido” – 38 anos, natural de Lagoa da Pedra – MA;
Luciclei Caldas Duarte, conhecido como “Tripa” – 39 anos, natural de Laranjal do Jari – AP. Era piloto da voadeira utilizada pelo grupo;
Paulo Felipe Galvão Dias, 30 anos, natural de Capitão Poço – PA.
Polícia identifica 8 mortos na divisa do Amapá com o Pará
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Fonte: O Liberal