O recente documentário “SEPARARAM ÍNDIOS E PRODUTORES À FORÇA… E AGORA ESTÃO TODOS PERDENDO”, veiculado no canal de Richard Rasmussen, expõe um conflito agrário e social de graves proporções na região do Xingu, no Pará. A reportagem investiga a chamada “desintrusão” (expulsão) de milhares de pequenos produtores rurais, colonos e agricultores familiares da área da Extensão Apitereua da Terra Indígena (TI) Pitereua em 2023, revelando uma história de devastação humana, violência e profunda crítica às políticas ambientalistas no Brasil.
A Força da Expulsão e a Desolação
O vídeo utiliza imagens aéreas e depoimentos de moradores para detalhar a operação de remoção, que transformou vilarejos inteiros como a Vila Renascer em ruínas.
- Violência e Destruição: Os produtores rurais relatam que a ação, executada pelas Forças de Segurança e pela FUNAI, foi violenta, com o uso de gás lacrimogênio e balas de borracha para expulsar os trabalhadores [01:02]. As casas de cerca de 500 pessoas foram destruídas [03:34], e a produção agropecuária, incluindo plantações de cacau e gado, foi sumariamente extinta [03:04, 25:02].
- Vítimas Sem Renda: O depoimento de uma pequena produtora destaca o drama social: ela, que é deficiente, extraía uma renda mensal de R$ 3 mil da produção de queijo para sobrevivência. Ela teve seu gado e todo o seu sustento apreendidos e levados sem paradeiro [24:43, 25:02].
- Reassentamento Inexistente: Muitos dos afetados eram assentados do INCRA desde os anos 90 [18:14], tendo suas propriedades confirmadas pelo próprio órgão federal. No entanto, após a desintrusão, não houve o devido processo legal, indenização ou o reassentamento obrigatório previsto em lei [05:39, 22:10], deixando as famílias em situação de miséria e vivendo em barracos [03:18].
O Conflito Imposto e a Crítica à Função da Terra
O ponto mais contundente da reportagem é a alegação de que o conflito não partiu das comunidades locais.
- Acordo com Indígenas Ignorado: A reportagem revela a existência de um acordo de conciliação assinado em novembro de 2021 entre associações de agricultores e os indígenas Parakanã (da TI Pitereua), que visava dividir a área em paz [15:46, 16:44]. Produtores afirmam que o problema foi imposto por políticas externas, e que os indígenas são “vítimas” e “parceiros”, não inimigos [14:24].
- Área Desocupada: O vídeo questiona a necessidade da ação ao alegar que a área de extensão, de onde os produtores foram removidos, não está sendo ocupada pelos indígenas [04:45, 05:20].
A reportagem argumenta que o verdadeiro alvo da expulsão são os pequenos produtores familiares que exerciam a função social da terra, enquanto os grandes problemas ambientais e fundiários são ignorados [10:51, 27:10].
O Custo da Agenda Global
O documentário amplia o foco para fazer uma crítica severa à política ambientalista global, especialmente no contexto de eventos como a COP 30, que será realizada no Pará.
- Pobreza em Riqueza: O narrador questiona a contradição de a Amazônia ser considerada uma das regiões mais ricas do mundo, mas ter os “menores índices de desenvolvimento e maiores índices de fome do país” [00:32, 06:25].
- O Comércio de CO2: A reportagem aponta para o paradoxo de países altamente poluentes, como a Alemanha, doarem dinheiro ao Fundo Amazônia e, em troca, receberem certificados de quitação de CO2 [10:25]. Segundo a crítica, essa dinâmica permite que nações ricas continuem prosperando com a poluição, enquanto a população brasileira paga o preço em miséria e restrições de desenvolvimento [19:36].
O documentário conclui que a pauta ambientalista e indigenista, da forma como é implementada, ignora o sofrimento humano, tratando pequenos produtores como “criminosos” [27:23] em nome de metas internacionais que não atendem ao povo brasileiro [26:53]. O objetivo da matéria, afirmam os autores, é humanizar a história da Amazônia, mostrando o que o “satélite não enxerga” [27:51].

















