Em 2017, Lindbergh Farias (PT-RJ), então senador, manifestou forte oposição à indicação de Alexandre de Moraes ao Supremo Tribunal Federal (STF). Na ocasião, Farias qualificou a nomeação como um “escárnio” e afirmou que o objetivo era atrapalhar a Operação Lava Jato.
Questionou a imparcialidade do ministro, citando sua passagem como ministro da Justiça no governo de Michel Temer (MDB-SP), cujos integrantes e aliados estavam sob investigação. Também ressaltou que Moraes não demonstrou disposição para se declarar suspeito em processos relacionados à Lava Jato, em função de possíveis conflitos de interesse.
Alexandre de Moraes foi indicado por Michel Temer para ocupar a vaga deixada por Teori Zavascki no STF. Sua nomeação gerou intensa controvérsia, especialmente no PT, que via vieses políticos na escolha. Moraes passava pelo escrutínio do Senado às vésperas da continuidade das investigações contra políticos de destaque. Além disso, enfrentou críticas por sua condução durante crises no sistema penitenciário.
Durante a sabatina, Moraes defendeu sua independência e imparcialidade, ressaltando que agiria conforme a Constituição e que a função de revisor da Lava Jato ficaria a cargo de outro ministro. Destacou que sempre avaliaria situações que envolvam impedimentos ou suspeição, incluindo processos eleitorais com interesse político. Reforçou o compromisso em atuar com neutralidade, afirmando que sua nomeação buscava o equilíbrio institucional e não favorecimentos partidários.
Quase uma década após o episódio, Lindbergh Farias, agora deputado federal, revisitou sua opinião sobre Alexandre de Moraes. Afirmou que sua posição inicial refletiu o momento político turbulento do impeachment e do governo Temer, quando as indicações ao STF carregavam forte componente político.
Hoje, afirma que reconhece o papel crucial de Alexandre de Moraes na defesa do sistema democrático brasileiro. O deputado classificou o ministro como “irrepreensível” e “herói” por sua atuação em momentos decisivos, como a prevenção de tentativas de golpe, o resguardo da integridade do sistema eleitoral na presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e nas investigações contra grupos que supostamente atentaram contra líderes políticos.
Fonte: Gazeta