O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (PT-RJ), reiterou neste sábado (23) a existência de um plano de fuga do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, em Brasília, e que levaria apenas 10 minutos entre o condomínio onde mora e a sede da representação diplomática.
Na última semana, o parlamentar protocolou um pedido de prisão preventiva de Bolsonaro com base em informações que teria recebido, de que o ex-presidente se abrigaria na embaixada e, depois, tentaria um “salvo conduto” para sair do Brasil.
“Se ele entra aqui na embaixada, acabou. A confusão está feita porque, ele entrando, pode pedir asilo político depois e pede salvo conduto. O governo americano pode pedir salvo conduto para ele sair do país”, disparou emendando que não há qualquer monitoramento da Polícia Federal no caminho.
VEJA TAMBÉM:
-
PT diz que Trump quer interferir em 2026 para derrotar Lula com IA e redes sociais
Lindbergh Farias afirmou que o Brasil pode até negar este salvo conduto, mas que isso aprofundaria a crise diplomática entre os dois países que se iniciou com o tarifaço de 50% imposto pelo presidente Donald Trump aos produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos. E, também, a pressão que as autoridades americanas vêm fazendo ao Judiciário brasileiro por causa da condução do julgamento de Bolsonaro.
“Eu estou insistindo, providências tem que ser tomadas. Nós pedimos ontem [sexta, 22], novamente, a prisão preventiva de Jair Bolsonaro. […] Olha a história do Bolsonaro, ele já dormiu dois dias na embaixada da Hungria. Está comprovado que ele escreveu uma carta de 33 páginas pedindo asilo diplomático para a Argentina”, afirmou.
Na última semana, em meio ao novo indiciamento de Bolsonaro e do filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), a Polícia Federal afirma ter encontrado uma minuta com um suposto pedido urgente de asilo político endereçada ao presidente argentino Javier Milei. O documento, no entanto, foi negado pela defesa dele e pelo governo do país vizinho, que diz nunca ter recebido o requerimento.
“Tá na cara que a fuga dele é entrar aqui. As autoridades brasileiras têm que entender o momento que a gente está vivendo”, completou o deputado.
Após este novo indiciamento e a suposta minuta de pedido de asilo político na Argentina, o ministro Alexandre de Moraes pediu esclarecimentos à defesa de Bolsonaro, que negou qualquer plano. A manifestação foi encaminhada à análise da Procuradoria-Geral da República (PGR) para avaliar se mantem Bolsonaro em prisão domiciliar ou decreta uma preventiva em regime fechado. O órgão deve se manifestar sobre isso até esta segunda-feira (25).
O novo indiciamento de Bolsonaro e o julgamento pela suposta tentativa de golpe de Estado foram criticados, neste final de semana, pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), de São Paulo. Ele afirmou que o ex-presidente está sendo injustiçado e humilhado.
“Uma pessoa que fez tudo por mim, me abriu portas e que está passando por uma grande injustiça. Mas, se a humilhação traz tristeza, o tempo vai trazer justiça, eu tenho certeza que a justiça chegará. A justiça chegará. Eu tenho certeza que esse Brasil vai se encontrar com seu futuro, com a sua vocação. A vocação do Brasil é ser grande. Ninguém vai segurar esse país, ninguém vai segurar o Brasil, a gente não vai permitir isso”, disse Tarcísio na Festa do Peão de Barretos (SP) na noite de sábado (23).
O julgamento de Bolsonaro e aliados pelo STF está previsto para começar no dia 2 de setembro e se estenderá até o dia 12.
Fonte: Gazeta