A ministra Gleisi Hoffmann, das Relações Institucionais, cobrou os líderes partidários da Câmara dos Deputados a exigirem e pressionarem o Conselho de Ética a cassar o mandato do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A representação contra ele – enviada na semana passada pelo presidente Hugo Motta (Republicanos-SP), aponta quebra de decoro parlamentar por suposta atuação contra o Brasil junto a autoridades dos Estados Unidos.
Eduardo Bolsonaro está no país norte-americano desde março e, de lá para cá, vem trabalhando para impor sanções ao Brasil para pressionar o Judiciário a suspender o julgamento do pai, Jair Bolsonaro (PL), no processo que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Isso levou ao indiciamento deles pela Polícia Federal nesta semana.
“Agora cabe ao colégio de líderes fazer a pressão para que o Conselho de Ética vote logo, porque isso depõe contra o Congresso, os líderes, os deputados. Ter um deputado que é pago, tem o seu cargo na Câmara, contra o Brasil, ficar conspirando contra o país, que defende o tarifaço que o Donald Trump fez contra nós, é indecente”, disparou a ministra em entrevista à CNN Brasil na sexta (22).
Gleisi Hoffmann afirmou que a punição precisa “ser exemplar, pedagógica”, de que ´”quem está contra o país não pode assumir um cargo público”.
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De acordo com a nova investigação da Polícia Federal, Eduardo teria confirmado que atua nos Estados Unidos por sanções ao Brasil por causa do julgamento do pai, e que somente a votação da anistia pelo Congresso poderia suspendê-las. As mensagens dele com o ex-presidente teriam sido trocadas após o ministro Alexandre de Moraes decretar medidas cautelares a Bolsonaro, como a proibição do uso de redes sociais.
Na noite de quarta (20), após a Polícia Federal indiciar Bolsonaro e Eduardo, Moraes pediu explicações à defesa do ex-presidente, que entregou a manifestação na noite desta sexta-feira (22) criticando o relatório da autoridade. A defesa rebateu a acusação e afirmou que o relatório “causa espanto” e que se “encaixa como uma peça política” com o objetivo de desmoralizar o ex-presidente.
“Expondo sua vida privada e acusando-o de fatos tão graves quanto descabidos. Parece incrível, mas boa parte do relatório dedica-se a um disse-me-disse sem qualquer relevância para a investigação”, criticou a defesa.
Moraes encaminhou a resposta à Procuradoria-Geral da República (PGR) e deu um prazo de 48 horas para que o procurador-geral Paulo Gonet se pronuncie sobre a continuidade da prisão domiciliar ou conversão para preventiva em regime fechado antes mesmo do julgamento, que se inicia no dia 2 de setembro.
A Polícia Federal acusa o ex-mandatário de reiteradamente descumprir as medidas cautelares impostas, incluindo a proibição de uso de redes sociais, apontando que ele teria ativado um novo celular após a apreensão do anterior e intensificado a produção e propagação de mensagens.
Fonte: Gazeta