O deputado general Girão (PL-RN) cobrou explicações do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a passagem de um avião cargueiro russo de grande porte que esteve na Base Aérea de Brasília nesta semana. Em uma transmissão ao vivo no Instagram, Girão levantou as hipóteses de que a aeronave possa ter sido usada para levar armamentos, mísseis estratégicos e até mercenários para a Venezuela.
Um avião cargueiro estratégico russo Ilyushin IL-76, operado pela empresa Aviacon Zitotrans, sancionada pelos Estados Unidos, pousou em Brasília no domingo (10) e permaneceu até a noite de quarta-feira (13). O avião então foi para a Bolívia e depois pousou em Caracas, na Venezuela, na quinta-feira (14), segundo o site de monitoramento de aviação internacional flightradar24. Nesta sexta-feira o sinal da aeronave desapareceu dos registros do site.
Segundo o deputado, uma aeronave desse porte teria que ter recebido autorização do Congresso para entrar no Brasil. “E se o avião estiver levando armas para a Venezuela que um dia podem ser usadas contra o Brasil?”, questionou. “Ele não estava levando bolas de assoprar para o aniversário do Maduro”, disse.
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A Força Aérea Brasileira confirmou a passagem do avião, mas se recusou a divulgar informações sobre carga ou tripulação.
Girão opinou que, em um cenário hipotético mais grave, até mísseis de longo alcance poderiam estar na carga do avião russo levada para a Venezuela.
O voo partiu de Moscou em 7 de agosto, com escalas em Baku (Azerbaijão), Argel (Argélia) e Conacri (Guiné). Esse último aeroporto é utilizado pelo Africa Corps, grupo mercenário russo, para distribuição de armamentos no continente africano. O deputado não descartou que a aeronave poderia estar transportando mercenários para a Venezuela.
A empresa aérea Aviacon Zitotrans está sob sanções americanas desde 2023 por transportar cargas suspeitas para a Venezuela. O pouso no Brasil ocorreu um dia após conversa telefônica entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente russo Vladimir Putin.
A aeronave pousou no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek e foi transferida para a Base Aérea de Brasília, onde ficou parcialmente oculta por árvores. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que a última autorização de operação não regular para a Aviacon Zitotrans expirou em abril de 2023, sem renovação.
O episódio foi comparado por parlamentares a um caso de 2023, quando o governo Lula autorizou atracação de dois navios militares iranianos no Rio de Janeiro, causando desgaste diplomático com os Estados Unidos.
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Fonte: Gazeta
