A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu nesta terça (12) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a autorização para que quatro aliados o visitem na prisão domiciliar e a saída para a realização de exames no Hospital DF Star, em Brasília.
De acordo com o despacho, é pedido o recebimento das visitas do senador Rogério Marinho (PL-RN), do deputado federal Altineu Côrtes (PL-RJ), do vice-prefeito de São Paulo, o coronel da reserva Mello Araújo, e do deputado estadual paulista Tomé Abduch (Republicanos-SP), mas sem uma data pré-agendada.
Já a saída para a realização de exames no Hospital DF Star se dá por conta do “seguimento de tratamento medicamentoso em curso, da necessidade de reavaliação dos sintomas de refluxo e soluços refratários, bem como da verificação das condições atuais de saúde” do ex-presidente. A defesa de Bolsonaro pede a liberação para o dia 16 de agosto, em um período estimado de 6 a 8 horas para os procedimentos.
“A depender dos resultados, poderão ser indicadas complementações diagnósticas e/ou medidas terapêuticas adicionais”, completa a defesa no pedido.
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Desde que teve a prisão domiciliar decretada por Moraes, na semana passada, Bolsonaro tem tido crises recorrentes de soluços decorrentes da cirurgia de mais de 11 horas a que foi submetido em abril para remover uma obstrução intestinal provocada por múltiplas aderências provocadas pelos sucessivos procedimentos anteriores.
Entre os exames que ele deve realizar no hospital, estão tomografias, ultrassonografias e um ecocardiograma.
Bolsonaro teve a prisão domiciliar decretada por Moraes após supostamente descumprir uma das medidas cautelares impostas anteriormente, como a da proibição de dar declarações em rede sociais próprias e de terceiros. A alegação do magistrado é que uma postagem do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e uma videochamada do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) descumpriram a determinação durante a manifestação realizada na semana passada em várias capitais brasileiras.
A investigação que levou a essa prisão domiciliar foi aberta após o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de taxar em 50% a importação de produtos brasileiros.
Para Moraes, “não seria lógico e razoável permitir a utilização do mesmo modus operandi criminoso com diversas postagens nas redes sociais de terceiros, em especial por ‘milícias digitais’ e apoiadores políticos previamente coordenados para a divulgação das condutas ilícitas que, eventualmente, poderiam ser praticadas por Jair Messias Bolsonaro, sejam em entrevistas, sejam em atos públicos”.
O ministro apontou que a finalidade das declarações de Bolsonaro seria “continuar a induzir e instigar chefe de Estado estrangeiro a tomar medidas para interferir ilicitamente no regular curso do processo judicial, de modo a resultar em pressão social em face das autoridades brasileiras, com flagrante atentado à soberania nacional”.
Fonte: Gazeta