As 56 mil pensionistas filhas solteiras da União custam R$ 497 milhões por mês. O valor médio da pensão fica em R$ 8,7 mil. As 200 netas e irmãs solteiras custam mais R$ 2 milhões por mês aos cofres públicos – com renda média de 10,4 mil. A neta solteira Joselita Pereira, de 94 anos, teve renda bruta de R$ 58 mil e líquida de R$ 25 mil em dezembro de 2024 (último dado publicado). Recebe pensão de um auditor da Receita Federal. Mas há ainda outras categorias de pensionistas: filha viúva, desquitada, separada, divorciada, casada, irmã viúva e filha de policial militar.
Ana Carolina Marques, outra neta solteira, de 47 anos, recebe pensão de um auditor fiscal Federal Agropecuário no valor bruto de R$ 43 mil bruto (R$ 11,6 mil líquido). A neta solteira Ana Lopes Martins, de 91 anos, recebe pensão de um inspetor de linhas telegráficas do Ministério da Ciência e Tecnologia, no valor de R$ 11 mil bruto (R$ 8 mil líquido”. Andrea Melo, de 53 anos, recebe pensão de um agende de portaria do Ministério da Saúde no valor de R$ 7,9 mil bruto (R$ 4,8 mil líquido). As 56 netas solteiras recebem mensalmente R$ 521 mil – média de R$ 9,5 mil.
As 145 irmãs solteiras recebem mais R$ 1,5 milhão – média de R$ 10,7 mil. As filhas desquitadas, separadas, divorciadas, custam R$ 6 milhões ao mês, com renda média de R$ 15 mil. Alexandra Falcão, filha maior solteira, que recebe pensão deixada por um promotor de Justiça, teve renda bruta de R$ 113 mil e líquida de R$ 65 mil em dezembro. Somando todas essas categorias fora do padrão atual do serviço público, a despesa com pensões chega a R$ 700 milhões mensais – tudo pago pelo contribuinte. O governo federal não detalha os descontos aplicados à renda bruta.
Filhas solteiras centenárias
A União herdou as pensões do antigo estado da Guanabara. A irmã solteira Ediana de Barros, de 60 anos, recebe pensão de R$ 35 mil (R$ 20 líquido), deixada por um subtenente da Polícia Militar do Distrito Federal da época. A filha casada Enir Backmann, de 94 anos, recebe pensão de R$ 59,6 mil bruto (R$ 18,7 líquido) deixada por um auditor da Receita. A filha casada Lúcia Brochado, de 94 anos, conta com pensão de R$ 59 mil bruto (R$ 35 mil líquido) deixada por coronel do antigo estado da Guanabara.
Maria Cléo Salem, de 101 anos, filha casada de um auditor da Receita, tem renda bruta de R$ 58,6 mil (R$ 37,3 mil líquido). A filha viúva Therezinha Barreto, de 86 anos, recebe pensão de um auditor da Receita no valor de R$ 61,5 mil bruto (R$ 26,9 mil líquido). Leonor Amorim é a filha viúva mais idosa, com 101 anos, recebe pensão de um audito fiscal, no valor bruto de R$ 58,6 mil (líquido R$ 24,9 mil). Anna Silva Bueno, de 109 anos, irmã viúva de um professor de ensino básico de São Paulo, está com pagamento suspenso. Não há informações sobre o valor da pensão.
Os policiais militares
As pensionistas dos 15 mil militares aposentados do antigo estado da Guanabara recebem mensalmente R$ 120 milhões. Desse total, 25 milhões foram deixados por coronéis, tenentes-coronéis e majores, com pensão no valor médio de R$ 21 mil. Na outra ponta da pirâmide, 2,4 mil soldados deixaram pensões no valor total de R$ 11,5 milhões por mês – média de R$ 4,7 mil por pensionista. Elas são classificadas como “filha de militar”. Podem ser solteiras, casadas…
Sônia de Paula Rocha, de 66 anos, recebeu R$ 90 mil bruto (R$ 53 mil líquido) em dezembro de 2024. Pensão deixada por um coronel do Corpo de Bombeiros do Estado da Guanabara. Sônia Borges da Silva recebeu R$ 85 mil bruto (R$ 44 mil líquido) de um tenente-coronel da guanabara.
A condição de “filha solteira” foi criada pela Lei 3.373/1958, que dispõe sobre o Plano de Assistência ao Funcionário da União e sua Família. O seu artigo quinto diz o que se considera família do segurado. Além da esposa, marido inválido, mãe viúva, filhos, enteados, irmão órfão, o parágrafo único incluiu uma nova personagem: a filha solteira maior de 21 anos, que só perderá a pensão temporária quando ocupante de cargo público permanente. Estava aberta a porta.
Fonte: Gazeta