O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu na noite desta quinta-feira (31) ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para um jantar no Palácio da Alvorada. O encontro é um gesto de apoio ao ministro Alexandre de Moraes um dia após sua inclusão nas sanções da da Lei Magnitsky pelos Estados Unidos na quarta-feira (30).
Logo depois do anúncio, o petista conversou com Moraes por telefone e se reuniu com o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, e com os ministros Cristiano Zanin e Gilmar Mendes. O jantar foi acertado durante essa reunião, que ocorreu sem Moraes.
O ministro estava em São Paulo, onde acompanhou o jogo entre Corinthians e Palmeiras, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Lula convidou todos os ministros do Supremo para a conversa desta noite, que tem caráter “informal”. O presidente da Corte foi o responsável por avisar aos colegas.
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Particparam do encontro no Alvorada: Moraes, Barroso, Gilmar, Zanin, Flávio Dino, Edson Fachin, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e os ministros da Justiça, Ricardo Lewandowski, e da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, segundo apuração da GloboNews. Os ministros André Mendonça, Nunes Marques, Dias Toffoli, Cármen Lúcia e Luiz Fux não compareceram.
Moraes deve se manifestar sobre sanção na abertura do 2º semestre do Judiciário
O STF retomará os trabalhos na manhã desta sexta-feira (1ª) com a cerimônia de abertura do segundo semestre do Poder Judiciário. A expectativa é que Moraes faça sua primeira manifestação pública sobre as sanções dos Estados Unidos durante a sessão.
Ainda na quarta (30), ele foi defendido por Barroso, Dino e Gilmar. Em nota oficial, Lula disse que a medida do governo americano foi articulada por “políticos brasileiros que traem nossa pátria e nosso povo em defesa dos próprios interesses”.
“É inaceitável a interferência do governo norte-americano na Justiça brasileira. O governo brasileiro se solidariza com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, alvo de sanções motivadas pela ação de políticos brasileiros que traem nossa pátria e nosso povo em defesa dos próprios interesses”, diz o comunicado divulgado pelo governo.
Além de sancionar Moraes, os EUA confirmaram a taxação de 50% sobre os produtos brasileiros. Para o governo Trump, o ministro “assumiu a responsabilidade de ser juiz e júri em uma caça às bruxas ilegal contra cidadãos e empresas americanas e brasileiras”.
No documento, os EUA citam diretamente o julgamento no STF do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposta tentativa de golpe de Estado e decisões do ministro contra plataformas digitais.
O STF também divulgou uma nota oficial, destacando que “o julgamento de crimes que implicam atentado grave à democracia brasileira é de exclusiva competência da Justiça do país, no exercício independente do seu papel constitucional”.
Fonte: Gazeta