A ministra Gleisi Hoffmann (PT), das Relações Institucionais, afirmou nesta quarta (30) que a posição do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é de “repúdio total” à decisão dos Estados Unidos de aplicar a Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A crítica de Gleisi ocorreu antes mesmo da divulgação de um posicionamento oficial do governo sobre a medida, que é discutida ao longo da tarde por autoridades junto de diplomatas do Ministério das Relações Exteriores.
“A nova sanção do governo Trump ao ministro Alexandre de Moraes é um ato violento e arrogante. Mais um capítulo da traição da família Bolsonaro ao país. Nenhuma Nação pode se intrometer no Poder Judiciário de outra. Solidariedade ao ministro e ao STF. Repúdio total do governo Lula a mais esse absurdo”, postou a ministra nas redes sociais.
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Moraes foi sancionado com a Lei Magnitsky no começo da tarde por, supostamente, violar direitos humanos. A legislação dos Estados Unidos é tida como uma “pena de morte financeira”, pois proíbe seus penalizados de realizarem qualquer transação financeira no país norte-americano e pode inclusive atingir instituições.
Além de Gleisi, apenas o ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) saiu em defesa do ministro afirmando que “o único objetivo de Donald Trump é interferir na soberania brasileira a pedido de Jair Bolsonaro e seus cupinchas”.
Já entre aliados da base governista, o governador Jerônimo Rodrigues (PT-BA) considerou a penalidade como “lamentável” e “parte de um jogo de interesses que busca favorecer aqueles que atacam a nossa soberania”.
“O país que treinou agentes da ditadura para torturar brasileiros agora ataca o judiciário do Brasil por punir quem tentou dar um golpe. Não deixa de ser coerente. Mas, nem por isso, deixa de ser absurdo”, afirmou a deputada federal Natália Bonavides (PT-RN).
Posicionamento semelhante ao do deputado Carlos Zarattini (PT-SP), que classificou a medida como “mais uma interferência brutal dos EUA na soberania nacional”.
“O Brasil não deitou e não deitará. Porque nossa soberania é inegociável e, aqui no nosso país, golpista é investigado e julgado pelos seus crimes, com todo direito à defesa. Sabe o que isso vai mudar no destino de Bolsonaro? Nada. Porque o Brasil não vai permitir interferência na nossa Justiça”, emendou a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP).
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara, também saiu em defesa de Moraes e afirmou que os Estados Unidos tentam “nos submeter como colônia” e que a sanção a Moraes “não se trata de ataque a uma pessoa, mas ao nosso país”.
“Trata-se de uma retaliação inaceitável, articulada por setores da extrema-direita internacional em conluio com os traidores da Pátria. O Brasil não se curvará”, completou.
O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, que foi o “número 2” do Ministério da Justiça sob o comando de Flávio Dino, afirmou que a sanção a Moraes é uma “tentativa de obstruir o processo e coagir o juiz”.
“Não há outro caminho. Eles não podem intimidar o judiciário brasileiro. É cadeia, imediatamente”, completou citando, em outra postagem nas redes sociais, que “Bolsonaro precisa ser preso hoje”.
Fonte: Gazeta