A Agência Espacial Brasileira (AEB) divulgou uma ilustração, no último dia 20, em homenagem aos 152 anos do nascimento de Alberto Santos Dumont (1873-1932) com o aviador brasileiro pilotando sua famosa aeronave 14-Bis ao contrário. A arte foi criada por inteligência artificial e publicada nas redes sociais da agência.
Na manhã desta segunda-feira (28), dias depois da gafe, a AEB reconheceu “o equívoco” e pediu “desculpas pelo inconveniente”. Na imagem, Santos Dumont aparece sentado no que seria a cauda da aeronave, os trens de pouso aparecem centralizados, e as hélices também foram retratadas de forma incorreta.
“A proposta era prestar uma homenagem visual ao inventor, mas o resultado apresentou inconsistências históricas na representação do 14 Bis, notadamente em sua estrutura e proporções”, disse a AEB, na “errata” divulgada nesta segunda.
“Desta maneira, reconhecemos o equívoco e pedimos desculpas pelo inconveniente. Nosso objetivo sempre foi valorizar a memória de Santos Dumont e promover o conhecimento científico com seriedade e respeito à história”, disse a AEB, agradecendo aos usuários que apontaram o erro de “forma construtiva”.
Criada em 1994, a Agência Espacial Brasileira é uma autarquia federal de natureza civil vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), comandado pela ministra Luciana Santos. A instituição é responsável “por formular, coordenar e executar a Política Espacial Brasileira”.
O Sistema Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (Sindae), coordenado pela AEB, é composto por órgãos como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), do MCTI; e o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), do Comando da Aeronáutica (Comaer), do Ministério da Defesa; entre outros.
O 14-Bis foi o primeiro avião mais pesado que o ar a conseguir decolar por seus próprios meios. Em 1906, Santos Dumont, considerado o Pai da Aviação e Patrono da Aeronáutica Brasileira, percorreu 60 metros em 7 segundos, voando a uma altura de 2 metros do solo. O feito foi presenciado por mais de mil espectadores e pela Comissão Oficial do Aeroclube da França, no campo de Bagatelle, em Paris.
Mapa-múndi invertido
Não é a primeira vez que um órgão do governo causa polêmica com imagens. Em maio deste ano, o presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Marcio Pochmann, divulgou um novo mapa-múndi produzido pelo órgão em que o Sul aparece no topo do mapa e o Brasil no centro.
“O IBGE lançou um novo mapa-múndi com o Brasil no centro, contendo o sul na parte superior do mapa, também identificado por mapa invertido. A novidade busca ressaltar a posição atual de liderança do Brasil em importantes fóruns internacionais, como no BRICS e Mercosul e na realização da COP 30 no ano de 2025”, escreveu Pochmann em seu perfil no X, na ocasião.
No início de julho, uma publicação compartilhada pelo governo Lula no Instagram gerou repercussão por mostrar, em um mapa, partes da Ucrânia como se fossem território russo. No vídeo, as regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhzhia — atualmente sob ocupação militar russa — apareciam já incorporadas à Federação Russa.
Fonte: Gazeta
