O advogado-geral da União, Jorge Messias, rebateu as críticas dos governadores Tarcísio de Freitas (SP), Ronaldo Caiado (GO) e Ratinho Junior (PR) sobre a forma como o governo Lula (PT) tem negociado uma possível resolução ao tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil.
“Reunidos há poucos dias num evento econômico para discutir preocupações sobre o tarifaço do Trump, governadores de direita apregoaram pacificação e unidade para enfrentar a ameaça”, disse o AGU em referência ao evento Expert XP 2025 realizado neste sábado (26).
Para Messias, os três “fingem ignorar que os sérios prejuízos que as sanções econômicas podem causar ao povo brasileiro foram traiçoeiramente fomentadas pela família Bolsonaro, clã político apoiado por esses mesmos governadores”.
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Durante a palestra, Tarcísio criticou o uso político das tarifas pelo governo federal. Já Ratinho afirmou que o Executivo destruiu os canais de negociação enquanto Caiado acusou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de não querer, de fato, resolver o problema.
“O povo brasileiro pode contar com o Governo do Presidente Lula, que está trabalhando para impedir essa crise e proteger os empregos, o agronegócio e as empresas nacionais”, acrescentou Messias.
Trump anunciou a taxação de 50% sobre os produtos brasileiros no dia 9 de julho. Entre os motivos apresentados pelo republicano, estão a ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), pela suposta tentativa de golpe de Estado e as decisões do ministro Alexandre de Moraes contra plataformas digitais americanas.
O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que articulou com o governo americano as sanções contra o ministro, condicionou o fim do tarifaço à aprovação de uma anistia “ampla, geral e irrestrita” para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. A proposta, caso seja aprovada, também beneficiaria seu pai. Na mesma linha, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que, se Bolsonaro concorrer à presidência da República em 2026, as sanções americanas contra o Brasil acabam “no mesmo dia”.
Ratinho e Caiado já se colocaram como possíveis candidatos à presidência da República para o ano que vem. Apesar de ser o principal cotado para a disputa, Tarcísio segue defendendo Bolsonaro como representante da direita no pleito. Aliados de Bolsonaro, que está inelegível até 2030, eles defenderam a união da oposição no segundo turno contra Lula durante o evento da XP.
No entanto, o governador paulista virou alvo de Eduardo, que o chamou de “servil”, por buscar uma solução comercial ao tarifaço junto a empresários do estado. Bolsonaro entrou em cena para minimizar a divergência na direita, mas a trégua durou poucos dias.
O deputado licenciado voltou às redes sociais para cobrar Tarcísio por manter como um de seus vice-líderes na Assembleia Legislativa o deputado estadual Guto Zacarias (União-SP), que já criticou Bolsonaro.
“Por que o Tarcísio mantém como vice-líder uma pessoa do MBL, um grupo que defende a minha prisão, a prisão de meu pai, a prisão de jornalistas exilados, gente que ficou anos sem ver os filhos como o Allan dos Santos?”, disse Eduardo no último dia 24. Em meio ao impasse por seu espólio eleitoral, Bolsonaro ainda não anunciou quem poderá substituí-lo na disputa pelo Planalto em 2026. As tarifas de Trump contra o Brasil entram em vigor no dia 1º de agosto.
Fonte: Gazeta
