O governador do Paraná e presidenciável do PSD Ratinho Jr. foi criticado neste domingo (27) pelo deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro, após ter minimizado a perseguição judicial a Jair Bolsonaro como fator decisivo para a crise com os Estados Unidos.
No sábado, durante evento de uma corretora de investimentos em São Paulo, Ratinho Jr. por um lado denunciou a falta de esforço do governo Lula em abrir canal de diálogo com Trump; mas, por outro, disse que “o Trump não pegou o Brasil para discutir esse assunto por causa do Bolsonaro”. “O Bolsonaro não é mais importante que a relação entre os Estados Unidos e o Brasil”, sublinhou.
Pela plataforma X, Eduardo Bolsonaro reagiu: “Trump postou diversas vezes citando Bolsonaro, fez uma carta onde falou de Bolsonaro, fez declarações para a imprensa defendendo nominalmente o fim da perseguição a Bolsonaro e seus apoiadores. Desculpe-me governador Ratinho Jr., mas ignorar esses fatos não vai solucionar o problema, vai apenas prolongá-lo ao custo do sofrimento de vários brasileiros”.
Trump postou diversas vezes citando Bolsonaro, fez uma carta onde falou de Bolsonaro, fez declarações para a imprensa defendendo nominalmente o fim da perseguição a Bolsonaro e seus apoiadores.
Desculpe-me governador @ratinho_jr , mas ignorar estes fatos não vai solucionar o… pic.twitter.com/3AtUtPgYr8
— Eduardo Bolsonaro???????? (@BolsonaroSP) July 27, 2025
Trump não poderia ter sido mais claro, diz Eduardo Bolsonaro
O filho de Bolsonaro alternou trechos de vídeos com falas de Ratinho Jr. e declarações de Trump, por escrito e também em vídeo, atribuindo a crise à “caça às bruxas” feita no Brasil contra Bolsonaro. E enfatizou que Trump não poderia ter sido mais claro. “Imagino os americanos olhando para este tipo de reação e pensando: o que mais podemos fazer para estas pessoas entenderem que é sobre “Jair Bolsonaro, seus familiares e apoiadores”, como expresso na carta, posts e entrevistas de Trump?”
Em outra postagem, Eduardo Bolsonaro alfinetou líderes políticos que defendem conciliação com os EUA, sem apoiar a proposta de anistia. “Desconfie de quem se mostra preocupado com a Tarifa-Moraes e não fala dos presos políticos ou crise institucional, ignorando a carta do Trump que é expressa na solução do problema. Estão te enganando, jogando para a plateia e prolongando o sofrimento de quem dizem defender”.
“Adultos” precisam ter coragem para apontar perseguição a Bolsonaro
A crítica se estende ao posicionamento do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Ele falou no mesmo evento onde estavam Ratinho Jr. e Ronaldo Caiado, governador de Goiás. Freitas estimou que o tarifaço deve provocar a perda de 120 mil empregos somente em São Paulo. E que o assunto deve ser tratado por “adultos”, de forma que o Brasil não saia prejudicado. Eduardo Bolsonaro repostou uma publicação do deputado estadual Gil Diniz (PL-SP) que criticou o comentário de Tarcísio.
“Débora Rodrigues dos Santos, moradora de Paulínia, estado de São Paulo, está em prisão domiciliar, condenada a mais de 14 anos de prisão. Minha solidariedade a Débora e a todos os presos políticos e suas famílias! Minha solidariedade às próximas vítimas dessa perseguição e eliminação dos direitos humanos. Talvez um dia os “adultos da sala” vão ter a coragem de nomear os verdadeiros culpados pelas tarifas e pela violenta eliminação dos direitos humanos em São Paulo e no Brasil!”, dizia a postagem compartilhada pelo filho do ex-presidente.
Os argumentos do filho número três de Jair Bolsonaro, colocando no topo das razões da crise o tratamento dispensado a Bolsonaro e aos manifestantes de 8 de janeiro, são corroborados pelo governo americano. Reportagem do UOL, deste domingo, cita um funcionário da gestão Trump que foi igualmente assertivo: “O Itamaraty minimizou as preocupações de Washington sobre o ex-presidente Bolsonaro e a liberdade de expressão, em detrimento de seu governo e de seu povo. O assunto agora se agravou muito além das expectativas deles”.
Fonte: Gazeta
