O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta (23) que não poderia se pronunciar a jornalistas sobre as restrições impostas a ele pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). No começo desta semana, o magistrado o proibiu de dar declarações que poderiam ser compartilhadas por terceiros nas redes sociais.
A medida de Moraes é vista como impossível de ser cumprida, já que Bolsonaro não tem como proibir a divulgação de trechos de entrevistas nas plataformas – ou seja, o ex-presidente estaria impedido de falar com jornalistas sob o risco de trechos de entrevistas serem publicados nas redes.
“Não posso fazer nada. Infelizmente não posso conversar com vocês”, afirmou a jornalistas ao chegar na sede do PL pela manhã, em Brasília. Ao sair, no final da tarde, recebeu o apoio de simpatizantes aos gritos de “força, presidente”.
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Bolsonaro é alvo de uma série de medidas cautelares por supostamente estar em conluio com o filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), para tentar coagir o Judiciário brasileiro no processo que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado. Eles estariam articulando as sanções aplicadas pelos Estados Unidos ao Brasil, como o tarifaço de 50% e a suspensão de vistos americanos de ministros da Corte.
Entre as medidas cautelares estão o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de uso das redes sociais. Na segunda (21), Moraes emitiu um novo despacho confirmando a restrição às plataformas pouco antes de Bolsonaro conceder uma entrevista ao Metrópoles e de participar de uma coletiva à tarde no Congresso.
Moraes deu um prazo para que os advogados do ex-presidente se pronunciassem sobre o descumprimento de medidas, como a aparição nas redes sociais de terceiros.
A defesa argumentou que não houve descumprimento, pediu mais explicações do magistrado sobre as regras impostas e afirmou que Bolsonaro permanecerá em silêncio até o STF esclarecer a situação.
“De toda forma, em sinal de respeito absoluto à decisão da Suprema Corte, o embargante [Bolsonaro] não fará qualquer manifestação até que haja o esclarecimento apontado nos presentes embargos”, disseram os advogados.
O ministro ainda não se pronunciou sobre a resposta dada pela defesa de Bolsonaro.
Fonte: Gazeta