O governo brasileiro desenhou um plano emergencial para apoiar setores da economia impactados pelas tarifas de 50% impostas pelo presidente Donald Trump, que começam a valer em 1º de agosto. A medida será formalmente apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda nesta semana, segundo informações divulgadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP).
“A ordem do presidente Lula é negociar até o último momento em busca de um acordo comercial com os Estados Unidos. O Brasil não vai sair da mesa de negociação”, comentou durante entrevista à rádio CBN.
Medidas e estratégias
O plano de contingência às tarifas prevê o uso de diversos instrumentos de políticas econômicas, com o objetivo de minimizar os efeitos da tarifa norte-americana sem necessariamente gerar aumento nos gastos primários do governo. O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, confirmou que a proposta está pronta, mas aguarda validação final do presidente Lula.
Além da iniciativa interna, o governo tenta manter o diálogo como principal estratégia para resolver o conflito, buscando negociação diplomática e evitando retaliações diretas a empresas e cidadãos americanos. As comunicações oficiais são realizadas por canais institucionais, afastando a divulgação por meio de redes sociais.
Setores afetados e respostas
Haddad assegurou que o governo tem “completa consciência das dificuldades, setor a setor”, e que já estão “trabalhando a nível de empresa, para ter a radiografia completa dos efeitos”.
O plano contempla a proteção especial de setores que sofrerão impactos pesados, como o de pescados. A Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca), solicitou crédito emergencial de R$ 900 milhões para enfrentar as dificuldades.
O mercado representa cerca de 70% do destino do pescado exportado pelo Brasil. Com a nova taxação, a entidade estima que cerca de R$ 300 milhões em produtos estejam parados entre pátios portuários, embarcações e unidades industriais.
Impactos das tarifas e prioridades
Além disso, o Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, liderado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, trabalha tentar negociar com os americanos antes da implementação da tarifa de 50%.
Porém, com a possível tarifação cada vez mais real, o governo brasileiro se prepara para um cenário de continuidade das medidas anunciadas por Donald Trump e deve tentar ampliar o esforço para minimizar danos econômicos e sociais.
Fonte: Gazeta