O ministro Rui Costa, da Casa Civil, retomou nesta segunda (21) as críticas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pelo tarifaço de 50% imposto aos produtos brasileiros exportados para lá. Ele afirmou que o líder norte-americano “resolveu brigar com o mundo inteiro”, minimizando as sanções diretamente contra o Brasil.
Além da taxação, o governo dos Estados Unidos também determinou a suspenção do visto americano de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Alexandre de Moraes, relator da ação que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O processo foi citado diretamente por Trump para impor as sanções.
“É um presidente da principal potência que resolveu brigar com o mundo inteiro, não só com o Brasil. Está brigando com a Europa, com o Canadá, com o México, com a China, com a Rússia. Ele resolveu brigar com o mundo inteiro”, disse o ministro a jornalistas em Salvador.
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O governo Trump também determinou investigações de práticas que considera como irregulares pelo Brasil, como o comércio da rua 25 de Março, em São Paulo, e o PIX.
Apesar de minimizar as sanções norte-americanas ao Brasil como se fosse algo generalizado para todo o mundo, Rui Costa afirmou que o governo brasileiro manterá uma postura diplomática diante do que classificou como “agressões”.
“E eu acho que o Brasil deve agir e vai continuar agindo com muita serenidade, apesar de todas as demonstrações de agressão, buscando uma solução diplomática e de negociação”, pontuou.
Um pouco mais cedo, o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, afirmou que o Brasil vai continuar tentando negociar e recorrer aos instrumentos disponíveis antes de aplicar a chamada Lei da Reciprocidade. E, mesmo assim, não pretende atingir empresas e cidadãos.
Rui Costa seguiu nas críticas e chamou a sobretaxa de 50% imposta ao Brasil de “inacreditável”, e que o país buscará abrir outros mercado no mundo para compensar as perdas com os Estados Unidos.
“Vamos continuar trabalhando para diversificar a economia, consolidar as relações multilaterais do Brasil. Muita serenidade e muita calma, sem baixar a cabeça, com altivez, mas também de forma serena”, concluiu.
Segundo o governo norte-americano, as barreiras tarifárias e não tarifárias provocariam um prejuízo estimado de US$ 8 bilhões anuais às exportações dos Estados Unidos. Entre os setores mais afetados estariam o etanol, com perdas de até US$ 3 bilhões por ano; bebidas alcoólicas (US$ 1,5 bilhão), produtos remanufaturados (US$ 2 bilhões) e entraves alfandegários (US$ 1,5 bilhão).
Fonte: Gazeta