O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), rebateu nesta quarta-feira (16) as acusações feitas pelo governo dos Estados Unidos para abrir uma investigação contra o Brasil por uma série de supostas práticas comerciais “desleais”.
Alckmin afirmou que pretende explicar aos americanos que o Pix “é um modelo, é um sucesso”. Além de questionar a utilização do Pix, o documento do Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês) emitido nesta terça-feira (15) cita decisões sobre redes sociais, desmatamento ilegal, práticas de corrupção, o comércio popular da 25 de março, entre outros.
“Não é a primeira vez que é feita uma abertura de investigação. Isso já foi feito, o Brasil respondeu e o assunto foi encerrado. Dessa vez, o Brasil vai explicar. Questionar desmatamento? O desmatamento está em queda, aliás, o Brasil é um exemplo para o mundo. Nós temos a maior floresta tropical do mundo. O Brasil tem empenho em reduzir desmatamento e recompor a floresta”, disse o vice-presidente sobre os questionamentos ambientais.
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“Então, isso nós vamos explicar, não tem nenhum problema. O que precisamos resolver é a questão tarifária”, destacou após se reunir com o presidente da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham), Abrão Neto, e representantes de empresas com sede nos EUA.
O vice-presidente reforçou que o Brasil enviou ao governo americano, em 16 de maio, uma proposta confidencial para negociar um acordo e rever tarifas. No entanto, a gestão Trump ainda não respondeu. “Assinei ontem, junto com o ministro [das Relações Exteriores] Mauro Vieira, um novo documento pedindo uma resposta. Encaminhamos para a negociação e estamos aguardando”, declarou.
No último dia 9, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a taxação de 50% sobre produtos brasileiros. Além de motivos comerciais, o republicano disse que o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e as decisões do ministro Alexandre de Moraes contra plataformas digitais americanas contribuíram para sua decisão.
Alckmin destacou que o setor privado dos dois países trabalha em conjunto para viabilizar negociações diplomáticas e comerciais. “Queremos negociação. É urgente. O bom seria resolver nos próximos dias”, concluiu.
O presidente da Amcham Brasil, Abrão Neto, também se disse favorável à negociação e ressaltou que disputas políticas não devem contaminar relações comerciais, informou a Agência Brasil. “O nosso desejo unânime é de buscar uma construção, uma solução negociada de maneira a impedir o aumento tarifário. Esperamos que essa seja a via que aconteça”, disse. Além da Amcham, Alckmin reuniu-se com os seguintes representantes de empresas americanas:
- Alexandre Luque, da Johnson & Johnson MedTech Brasil;
- Ligia Dutra, da Cargill;
- Mariana Orsini, da Brazil Country Leader da Dow;
- Gustavo Bonora Biscassi, da Coca-Cola;
- Monica Melo, da Sylvamo;
- Alfredo Miguel Neto, da John Deere;
- Andrea Zámolyi Park, da Caterpillar;
- Nayana Rizzo Sampaio, da Amazon Web Services Brasil (AWS);
- Pedro Palatnik, da Corteva Agriscience;
- Bruno Boldrin Bezerra, da Johnson & Johnson MedTech Brasil;
- Daniel Caramori, da General Motors;
- Mario Cezar de Aguiar, da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc).
Fonte: Gazeta