Em petição ao Supremo Tribunal Federal (STF) protocolada neste domingo (13), o líder do PT na Câmara, deputado federal Lindbergh Farias (RJ), pediu que a Suprema Corte amplie as investigações do Inquérito 4995, que apura crimes eventualmente cometidos pelo deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), autoexilado nos Estados Unidos, incluindo Flávio e Jair Bolsonaro, acusando-os de crimes graves como obstrução de Justiça, atentado à soberania nacional e associação criminosa.
O parlamentar também reitera o pedido de prisão preventiva de Eduardo Bolsonaro, já alvo do inquérito, alegando novos indícios de “pressões internacionais orquestradas por membros da família para deslegitimar o STF e garantir impunidade aos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro”.
Em tom alarmista, Lindbergh descreve as ações da família Bolsonaro como parte de uma suposta “estratégia de guerra híbrida”, diz que são “quinta-colunas”, “traidores da pátria” e que atuam como “agentes estrangeiros disfarçados de patriotas”.
“Estamos diante de uma estratégia de guerra híbrida, com traidores da pátria atuando de dentro das instituições para deslegitimar o Judiciário, subordinar o Brasil a interesses internacionais e impedir a responsabilização penal de criminosos”, menciona trecho da nota.
Ele cita entrevistas — como a de Flávio à CNN na última semana, defendendo anistia a manifestantes, “primeiro passo” para suspender tarifas americanas — e falas de Jair Bolsonaro, que teria pedido que os Poderes “resgatem a normalidade institucional”, interpretadas por Lindbergh como uma tentativa de coação ao Judiciário. Segundo o líder do PT, Eduardo Bolsonaro atua como “lobista da extrema direita internacional”, defendendo sanções de Donald Trump como instrumento de chantagem contra o país.
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NOTA À IMPRENSA
TRAIÇÃO À PÁTRIA NÃO SE NEGOCIA.
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) protocolou neste domingo, 13 de julho de 2025, petição complementar ao Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Inquérito 4995, requerendo a inclusão de Jair Bolsonaro e Flávio Bolsonaro no rol de investigados pelos crimes de coação no curso do processo, obstrução de Justiça, atentado à liberdade de magistrado, atentado à soberania nacional, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e associação criminosa.
O documento também reitera o pedido de prisão preventiva de Eduardo Bolsonaro, já investigado no inquérito, e apresenta novos elementos de prova que demonstram seu papel central na articulação de pressões internacionais, com o objetivo de desmoralizar o STF e garantir impunidade aos golpistas de 8 de janeiro.
As provas são robustas: Jair Bolsonaro, Flávio Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro atuam de forma coordenada para sabotar a Justiça brasileira, chantagear o STF e submeter o país à tutela da extrema direita norte-americana. A nova fase do golpe vem dissimulada de “pressão econômica”, articulada com Donald Trump, que impôs tarifas comerciais ao Brasil como retaliação às decisões soberanas da Suprema Corte.
Em entrevista à CNN Brasil, Flávio Bolsonaro admitiu que a anistia aos golpistas seria o “primeiro passo” para suspender as tarifas norte-americanas. Trata-se de uma confissão escancarada: trocar a soberania nacional pela impunidade da própria família. Jair Bolsonaro, por sua vez, endossou a chantagem estrangeira, atribuiu as sanções de Trump à política externa brasileira e exigiu, em nota pública, que os Poderes da República “ajam com urgência” para “resgatar a normalidade institucional” — uma tentativa de coagir o Supremo Tribunal Federal a interromper as ações penais em curso.
Eduardo Bolsonaro, do exterior, segue atuando como lobista da extrema direita internacional, articulando apoio estrangeiro contra decisões da Justiça brasileira e promovendo sabotagem institucional sob a proteção de um país estrangeiro, numa escalada entre ameaças e incitação à violência com discurso recente sobre “sangue e vingança”.
Não estamos diante de simples discursos. Estamos diante de uma estratégia de guerra híbrida, com traidores da pátria atuando de dentro das instituições para deslegitimar o Judiciário, subordinar o Brasil a interesses internacionais e impedir a responsabilização penal de criminosos.
São quinta-colunas. São traidores da Pátria. São agentes estrangeiros disfarçados de patriotas. Por isso, requeremos ao Supremo Tribunal Federal:
A inclusão formal de Jair Bolsonaro e Flávio Bolsonaro como investigados no Inquérito 4995;
A reiteraçao do pedido de decretação da prisão preventiva de Eduardo Bolsonaro, com base em novos elementos de prova e no risco de fuga por residir no exterior, obstrução da justiça e articulação internacional contra o Estado de Direito;
A imposição de medidas cautelares severas aos demais envolvidos, como proibição de contato com autoridades estrangeiras, suspensão de passaportes, monitoramento eletrônico e restrição de movimentações políticas, diplomáticas e territoriais.
O Brasil não é colônia. O Supremo não é refém. A Constituição não será rasgada por chantagens de estrangeiros ou de seus capachos internos. O povo brasileiro defenderá até o fim sua soberania, sua Justiça e sua democracia.
Brasília, 13 de julho de 2025.
Lindbergh Farias Deputado Federal (PT/RJ)
Fonte: Gazeta