Segundo informações da imprensa portuguesa, reproduzidas pelo jornal O Globo neste sábado (12), uma ameaça de bomba levou à evacuação de parte das instalações da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa na manhã do dia 2 de julho, durante a realização do Fórum Jurídico de Lisboa, conhecido informalmente como Gilmarpalooza. O evento foi realizado de 2 a 4 de julho na capital portuguesa.
A denúncia anônima sobre uma bomba no Gilmarpalooza mobilizou dezenas de policiais e bombeiros, que isolaram e vasculharam o local, mas nenhum artefato explosivo chegou a ser encontrado. As autoridades locais passaram a trabalhar com a possibilidade de ter sido um alarme falso, mas manteve atenção dobrada sobre o local. O funcionamento da faculdade e das atividades foram normalizados por volta das 12 horas, cerca de uma hora após o início da operação de segurança.
No momento da ocorrência, o evento seguia normalmente no auditório da reitoria, onde o ministro Gilmar Mendes; o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB); e o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), participavam da abertura oficial. Por volta das 11 horas, horário em que o chamado à polícia foi registrado, já ocorriam palestras em outros auditórios da faculdade, com a presença de autoridades como os ministros Márcio França e Alexandre Silveira e o governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (União). A organização do evento não comentou o episódio.
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O que é o Gilmarpalooza e por que ele é chamado assim
“Gilmarpalooza” é um apelido irônico e informal dado ao Fórum Jurídico de Lisboa, evento anual realizado em Portugal que reúne ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), autoridades do governo brasileiro, parlamentares, empresários e juristas. Neste ano chegou à sua 13ª edição.
O nome faz referência ao ministro Gilmar Mendes, do STF, que é um dos idealizadores e principais articuladores do fórum — e mistura seu nome com o do famoso festival de música norte-americano Lollapalooza.
O evento, embora oficialmente tenha como objetivo discutir temas jurídicos e institucionais, é frequentemente criticado por sua natureza política e pelo ambiente de confraternização entre membros dos Três Poderes e da iniciativa privada fora do Brasil, muitas vezes com custos pagos por instituições públicas. Por isso, o apelido “Gilmarpalooza” traz uma conotação sugerindo que o fórum funciona mais como um encontro de articulação política e menos como um debate técnico.
O Fórum é oficialmente organizado pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), fundado por Gilmar Mendes e outros juristas , pelo Lisbon Public Law Research Centre (LPL), vinculado à Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), por meio de sua divisão FGV Conhecimento (também chamada de FGV Justiça).
Fonte: Gazeta