No programa Última Análise desta terça-feira (8), os convidados analisaram o resultado da pesquisa da AtlasIntel e Bloomberg, divulgada no mesmo dia, que perguntou aos entrevistados qual seria a maior ameaça à democracia do país. Superando Governo e Congresso Nacional, a opção mais votada foi o Judiciário. “Ou seja, não é só uma ‘bolha de direita’ que vê o STF como um problema”, conclui o vereador Guilherme Kilter.
Para Kilter, há uma percepção disseminada de que o órgão solta bandidos, anula provas da Lava Jato e persegue o ex-presidente Jair Bolsonaro. “A pesquisa demonstra que a verdadeira ameaça não é o batom na estátua, mas o que a estátua está representando”, diz, em referência à cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, que pichou a estátua da Justiça com batom durante os atos do 8 de Janeiro e foi condenada a 14 anos de prisão.
Já o advogado André Marsiglia destaca a posição das Forças Armadas na pesquisa, bem abaixo dos mais votados, contrariando a narrativa dominante disseminada pela esquerda de que a instituição pode ser uma grande ameaça à democracia. “O STF foi responsável por cogitar um fantasma da ditadura militar. A pesquisa mostra que, na prática, as Forças Armadas não são um perigo”, conclui.
“As pessoas perceberam que relacionamentos promíscuos, como observamos no caso de um magistrado ir a evento patrocinado por empresa interessada em ação, ferem a essência daquilo que deveria ser Justiça”, diz a cientista política Júlia Lucy. A comentarista faz alusão ao caso do ministro Luis Roberto Barroso que, em junho, compareceu a evento ao lado do CEO do iFood.
PT e crime organizado: um novo capítulo
Outro ponto abordado pelos comentaristas é como o PT tem se relacionado com membros do crime organizado. Reportagem do jornal Metrópoles desta terça (8) afirmou que a visita feita por Lula e Janja no mês passado à favela do Moinho, em São Paulo, foi articulada com uma ONG ligada ao PCC. Inclusive, a presidente da organização já teria sido condenada por homicídio. Ela é irmã do chefe do tráfico da favela, o traficante Leonardo Monteiro Moja, conhecido como Léo do Moinho, preso desde agosto do ano passado.
“Ilícito, de cabo a rabo”, define Marsigilia. Para o advogado, estas situações de negociação entre o Estado oficial com um Estado paralelo foram normalizadas no país e, infelizmente, mais casos como este acontecerão até as eleições de 2026.
Já Kilter lembra de casos semelhantes, como a entrada do ministro do STF Flávio Dino, então chefe da pasta da Justiça de Lula, na Favela da Maré, e se diz com “zero surpresa” diante deste novo episódio. “Recomendo que todos tirem print desta notícia e usem na eleição do ano que vem. Porque talvez a gente não poderá associar o PT ao crime organizado”, ironiza. O vereador se refere às proibições do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que, nas eleições de 2022, censurou conteúdos que ligavam o partido ao PCC.
O programa Última Análise faz parte do conteúdo jornalístico ao vivo da Gazeta do Povo, no YouTube. O horário de exibição é das 19h às 20h30, de segunda a sexta-feira. A proposta é discutir de forma racional, aprofundada e respeitosa alguns dos temas desafiadores para os rumos do país.
Fonte: Gazeta