O Senado determinou a realização de uma auditoria nas notas fiscais reembolsadas aos senadores com cota parlamentar dos anos de 2024 e 2025. A decisão ocorre após reportagem do site Metrópoles revelar que o presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Humberto Costa (PT-PE), usou verba indenizatória para custear bebidas alcoólicas, o que é proibido pelas normas da Casa. O senador Giordano (MDB-SP) também obteve reembolso após gastos com drinks alcoólicos.
O Senado confirmou que ambos solicitaram reembolso de despesas que incluíam vinhos, drinks e cervejas, itens que deveriam ter sido excluídos do ressarcimento. Segundo a casa legislativa, houve falha pontual na análise das despesas, e o órgão gestor da cota parlamentar já adotou “medidas corretivas cabíveis”. O Senado também informou que Humberto Costa e Giordano já devolveram integralmente os valores por meio de Guia de Recolhimento da União (GRU).
A auditoria interna vai revisar as demais despesas reembolsadas para identificar outras eventuais irregularidades semelhantes. “É importante destacar que o Senado Federal mantém compromisso absoluto com a transparência e a observância rigorosa das normas internas de controle, e considera fundamental o aprimoramento contínuo dos processos internos para o fortalecimento dos mecanismos de controle e integridade administrativa”, informou a casa legislativa em nota.
Quais foram os gastos dos senadores com bebida alcoólica
Segundo a apuração do Metrópoles, o reembolso por bebidas alcoólicas aconteceu por parte dos dois senadores aconteceu diversas vezes. Em janeiro de 2024, por exemplo, o senador petista almoçou em um bistrô à beira-mar na praia de Boa Viagem, em Recife, e incluiu em sua nota fiscal uma garrafa de vinho tinto francês Bois Mirail, no valor de R$ 50. Apesar da violação do regimento interno, o reembolso foi autorizado.
O mesmo vinho apareceu novamente em uma nota fiscal de novembro e foi igualmente reembolsado. Ao todo, pelo menos quatro notas fiscais de 2024 indicam que o senador recebeu ressarcimento por bebidas alcoólicas, incluindo chope, cervejas especiais e drinks.
Já Giordano custeou bebidas alcoólicas com verba pública durante compromissos alegadamente oficiais. Em abril deste ano, ele almoçou em um restaurante italiano na zona norte de São Paulo e incluiu no reembolso um Fragole Lambrusco, drink preparado com vinho frisante e morangos frescos. Do total de R$ 330,41 pagos no estabelecimento, apenas a gorjeta ficou fora do ressarcimento.
Dois meses antes, em fevereiro, Giordano gastou R$ 285,89 em um restaurante de Brasília, em um sábado à tarde. Entre os itens consumidos estava um Aperol Spritz, drink também pago com verba pública. Novamente, apenas a gorjeta foi excluída do reembolso, e os R$ 253 restantes foram cobertos pelo Senado, em desacordo com o regimento da Casa.
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Fonte: Gazeta