A defesa da deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP) pediu à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta quarta-feira (2) uma acareação com o hacker Walter Delgatti antes da decisão sobre a perda de mandato da parlamentar. Os dois foram condenados pela invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrido em 2023.
Zambelli foi para a Itália após receber a sentença. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fixou a pena em 10 anos e 8 meses de prisão, perda do mandato e pagamento de multa de R$ 2 milhões. Ela é considerada foragida pela justiça brasileira, que solicitou sua extradição.
A princípio a cassação seria declarada pela Mesa Diretora da Câmara, porém, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), voltou atrás e decidiu levar para votação no plenário. Antes disso, o pedido precisa ser analisado pela CCJ. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), anunciou que o partido pretende fechar questão para evitar a perda do mandato de Zambelli.
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“Diferentemente do que muitos pensaram, nosso partido tem estado ao lado da nossa guerreira e soldado Carla Zambelli neste momento que ela atravessa […] O PL estará ao lado de todos os seus soldados por mais feridos que eles estejam”, disse Sóstenes durante coletiva de imprensa ao lado de parlamentares e do advogado Fábio Pagnozzi, que representa a deputada.
Sóstenes ressaltou que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, autorizou a articulação em defesa de Zambelli. Segundo ele, a ordem de Valdemar foi discutida com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “[Valdemar] jamais me daria uma ordem dessas sem estar alinhado com o presidente Bolsonaro”, afirmou.
Em março, o ex-mandatário afirmou que Zambelli “tirou” sua reeleição em 2022 ao perseguir armada um homem na véspera do segundo turno. Dias depois, Bolsonaro disse que a deputada era vítima de “uma injustiça” após o STF formar maioria para condená-la.
Na ocasião, a deputada disse se sentir abandonada por Bolsonaro. “Fui uma das pessoas mais linha de frente dentro do Congresso para poder defender o governo, o presidente. Esperava ter algum tipo de retribuição em relação a isso. Ou seja, contar com a amizade dele nesse momento difícil. Mas acho que não só eu como outras pessoas também perderam a amizade do presidente no momento que precisaram”, disse Zambelli em entrevista à Folha de S. Paulo no dia 30 de março.
Questionado sobre a crítica de Bolsonaro a Zambelli, Sóstenes disse que o ex-presidente tem o direito de opinar sobre o caso. “É a questão da opinião do presidente Bolsonaro com relação a sua eleição e comprometimento do ato, a questão da arma. É a opinião dele, tem o direito de fazer. Todo mundo vê isso com muita naturalidade. O que seria estranho é que se o presidente visse o julgamento injusto que ela teve e concordasse”, afirmou o líder do PL.
Fonte: Gazeta