Pior do que Cuba e um pouquinho melhor do que a Venezuela, o Brasil está entre os países com pior desempenho no Índice Global da Paz 2025 Segundo o levantamento do Institute for Economics & Peace (IEP), sediado na Austrália, o Brasil ocupa a 130ª posição entre 163 países — uma queda de 27 posições em relação a 2015, quando figurava no 103º lugar. Cuba aparece na 102ª colocação, e a Venezuela, na 139ª. O pior desempenho da América Latina é da Colômbia, que está em 140º lugar.
O índice avalia 23 indicadores, divididos em três pilares: nível de segurança social, conflitos internos e externos, e grau de militarização. Juntos, os dados cobrem territórios que representam 99,7% da população mundial.
Apesar de o Brasil ter subido uma posição em relação a 2024 — quando estava em 131º lugar —, a tendência de longo prazo é de queda contínua. O desempenho mais crítico do país é na gestão da segurança e dos programas de proteção social, em que ocupa a 149ª colocação.
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Em relação aos conflitos, o Brasil teve piora em 2025, comparado ao ano anterior. Por outro lado, houve leve melhora nos indicadores de segurança e proteção social e no nível de militarização.
Cuba também sofreu uma queda em seu desempenho. O país caiu do 98º lugar em 2024 para a 102ª posição em 2025. Apesar disso, apresenta indicadores mais favoráveis do que o Brasil no quesito segurança e proteção social.
A Venezuela, por sua vez, vive uma crise prolongada, marcada por uma paz frágil. Mesmo tendo subido três posições em relação a 2024, passando da 142ª para a 139ª colocação, a melhora não representa avanço real, mas sim um agravamento da situação em outros países.
O número de mortes por conflitos internos aumentou, e o país segue mergulhado em crise humanitária, agravada por sucessivos anos de hiperinflação e pelo regime autoritário. O êxodo de milhões de refugiados coloca a Venezuela entre os países que mais geram deslocados no mundo.
Apesar de a América do Sul ter sido a única região a apresentar melhora no índice em 2025, o cenário permanece frágil. A nível mundial, a paz está em declínio constante desde 2014, e a distância entre os países mais pacíficos e os mais violentos continua a aumentar. Fatores como estagnação econômica, aumento da dívida pública e instabilidade política alimentam tensões sociais e geopolíticas, elevando o risco de novos conflitos.
Fonte: Gazeta