O ex-presidente Michel Temer fez diversas declarações nesta quarta-feira (25) a respeito das eleições para 2026, sobre o governo atual e os bastidores do julgamento de Jair Bolsonaro. As falas foram gravadas em entrevista concedida à Jovem Pan Curitiba.
Questionado se teria conversado com Bolsonaro em relação à postura que deveria ter diante do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF), Temer confirmou. “De fato, ocorreu isso”, disse. “Ele me procurou muito delicadamente para pedir conselhos.”
Segundo Temer, Bolsonaro foi incentivado por ele a ter uma conduta “humilde” e a “não ser agressivo”, porque isso não o ajudaria. “E ele, de fato, foi muito humilde”, pontuou, elogiando também o comportamento de Moraes, indicado por ele ao STF.
“O ministro Alexandre foi muito próprio, muito oportuno, e olha que foi um momento difícil”, afirmou Temer. “Ele levou aquilo com uma tranquilidade estupenda, o que revela um viés de estadista”, disse.
Temer defende que eleições de 2026 sejam baseadas em programas, “não em nomes”
Na entrevista, o líder político também comentou a respeito das eleições de 2026, defendendo que a população brasileira analise programas de governo, e não nomes. “Seria uma evolução estupenda em nosso país”, pontuou, ao explicar que “o que existe hoje no Brasil é uma radicalização de posições pessoais, o que é péssimo”.
Segundo ele, os próprios rótulos de “esquerda, direita e centro” deveriam ser evitados porque “isso caiu com o Muro de Berlim” e subsiste apenas para “fins eleitoreiros”. “As pessoas querem é resultado, e não mais se [o candidato] é de esquerda ou de direita”, pontuou, ao comentar que tem conversado sobre isso com governadores como Ratinho Junior (PSD-PR), Ronaldo Caiado (União-GO), Romeu Zema (Novo-MG), Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Eduardo Leite (PSD-RS) e Eduardo Riedel (PSDB-RS).
“O país cresceu com meu governo”, diz Temer
Para finalizar a entrevista, Temer foi questionado sobre uma declaração recente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a escolha de Geraldo Alckmin como seu vice ter sido baseada na confiança para evitar um “efeito Temer”, em referência à saída da presidente Dilma Rousseff.
“Coitado, tenho pena dele porque eu sei que ele fala isso da boca pra fora”, rebateu Temer, afirmando que destruiu os juros altos deixados pelo PT, a inflação alta e fez reformas que o país precisava. “Se foi golpe, até tomei a liberdade de dizer, foi golpe de sorte porque o país cresceu no meu governo”, finalizou.
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Fonte: Gazeta