Após ser interrogado pelo ministro Alexandre de Moraes, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (10) de “cabeça erguida” e com o “espírito sereno de quem sabe que é inocente e que jamais traiu os valores da Pátria”.
“Não invoquei silêncio. Não busquei subterfúgios. Respondi a cada pergunta com transparência e convicção. Quem tem a verdade como companheira não teme ser questionado – e jamais se curva diante da injustiça”, afirmou o ex-mandatário no X.
Ele frisou que respondeu a cada pergunta “com transparência e convicção”, pois “quem tem a verdade como companheira não teme ser questionado”. Bolsonaro descreve o que vive como “parte de uma luta maior: a luta de milhões de brasileiros por um país mais livre, mais justo e mais forte; sem censura nem perseguição”.
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Durante o interrogatório, Bolsonaro afirmou que sempre atuou “dentro das quatro linhas” da Constituição, refutou a elaboração de qualquer “minuta do golpe” e destacou que considera golpe de Estado “uma coisa abominável”. Além do ex-presidente, Moraes ouviu os outros sete réus do chamado “núcleo crucial” da suposta trama golpista.
Após a oitiva, Bolsonaro expressou confiança de que será “o próximo Presidente da República para ajudar a tirar nosso país dessa bagunça” e destacou que seu interrogatório serviu para colocar “um ponto final em duas narrativas absurdas que nunca deveriam ter existido”.
Bolsonaro negou ter discutido qualquer documento com “teor golpista” ou autorizado conversas sobre a prisão de autoridades. “Isso simplesmente não existiu. É uma mentira sem fundamentos inventada para justificar uma perseguição política contra mim e contra aqueles que me apoiam”, enfatizou.
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Bolsonaro diz que investigação contra Filipe Martins é “absurdo”
Nas redes sociais, ele também criticou a injustiça enfrentada por Filipe Martins, ex-assessor para Assuntos Internacionais de seu governo, que também é réu no processo que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado. Para Bolsonaro, é “completamente ilógico, para não dizer absurdo”, supor que o ex-assessor participaria de reunião sobre “segurança interna” com comandantes das Forças Armadas.
Segundo a acusação, ele teria apresentado ao ex-presidente uma minuta do decreto de Estado de Sítio. A defesa do ex-assessor refuta todas as acusações e sustenta que não teve acesso a dados de geolocalização que podem provar que ele não participou de reuniões em que se alega ter discutido uma tentativa de golpe.
“Um jovem inteligente, leal, discreto e extremamente dedicado. Não é jurista. Nunca exerceu função ligada à área militar […] Até hoje ele segue preso em sua casa, sob censura e proibido de trabalhar, de visitar seus pais, de ver sua filha e de ter uma vida minimamente normal”, afirmou Bolsonaro.
“Até quando vão continuar com essas injustiças? Até quando vão sustentar essas mentiras? Essas narrativas foram fabricadas para sustentar acusações sem provas, sem fatos e sem qualquer vínculo com a realidade. E quem fabrica versões para condenar inocentes não defende a democracia, destrói o Estado de Direito”, reforçou o ex-presidente.
Fonte: Gazeta