Primeiro foi José Dirceu, ex-superministro do governo Lula 1, que foi convocado para tentar ser um puxador de votos do PT, em São Paulo, em 2026. Agora é João Paulo Cunha, ex-presidente da Câmara, que recebe a missão de também encarar as urnas nas eleições do ano que vem para tentar ajudar o partido a frear seu encolhimento no Estado. Os dois têm muito em comum: foram condenados e presos pelo mensalão do PT e receberam as bênçãos do presidente Lula para voltar à cena política. Com dificuldade da renovação de quadros no partido, Lula tenta resgatar figuras da velha-guarda, vinte anos após o escândalo que revelou as relações espúrias entre o governo e o Congresso quase dizimar a legenda.
PEDIDO. João Paulo ouviu de Lula o que queria: um apelo para retornar de vez à política. “Ei João Paulo, trata de voltar para a política. Para de ganhar dinheiro como advogado em Brasília. Vem para a porta de fábrica fazer comício”, disse o presidente, na semana passada, em Osasco.
FOCO. Alvejado pelo escândalo do mensalão, o petista estudou Direito, ainda quando estava na prisão. Alguns anos depois, sua banca de mestrado contou com o ministro Gilmar Mendes, do STF, e também com Paulo Gonet, hoje procurador-geral da República. Agora ele é um advogado renomado, mas nunca deixou de articular nos bastidores.
PRESENTE. João Paulo Cunha é visto com frequência no Palácio do Planalto e também mantém bom trânsito no Congresso. Desde o ano passado, fez alertas de que o governo teria de se preparar para enfrentar o avanço da centro-direita.
SEJA CLARO. Integrante da base de Lula, a deputada Tabata Amaral (PSB-SP) cobrou explicações do ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) sobre a retirada do Brasil da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto. Protocolou um pedido de informações com seis indagações.
LINHAS GERAIS. Do mesmo partido do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, Tabata quer saber o que motivou a saída, os critérios para avaliar os impactos, quem foi consultado, como e quando a comunicação oficial ocorreu. Além disso, pergunta o que o País fará para combater o antissemitismo e questiona como a decisão se alinha aos compromissos internacionais com os direitos humanos.
AGENDA. Na passagem pelo Brasil, o ator Arnold Schwarzenegger pediu que a COP-30 dedique um dia inteiro ao debate sobre o papel dos Estados no combate às mudanças climáticas.
FRUTO. A Cooperativa dos Produtores Agroextrativistas do Bailique e do Beira Amazonas, uma das principais produtoras de açaí do Amapá, suspendeu a exportação do produto por causa do tarifaço de Trump. Cancelou o envio de 1,5 tonelada em julho e calcula prejuízo de R$ 337,5 mil para os extrativistas da região.
COBRANÇA. O Sesc e o Senac do Rio Grande do Sul recorreram contra a decisão do corregedor nacional de Justiça, ministro Mauro Campbell, de cancelar precatórios das entidades. Os órgãos apontaram erros na ordem e citaram as enchentes no Sul para exigir o pagamento.
PRONTO, FALEI!
David Friedlander Diretor de Governança Editorial do Estadão
“Marcelo Beraba chamava todo mundo, brincando, de ?mestre’. Mas o mestre na verdade era ele. Mestre do jornalismo.”
CLICK
Samir Xaud Presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF)
Com o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), após reunião sobre preparativos para a Copa do Mundo Feminina de 2027.
(Roseann Kennedy, com Eduardo Barretto e Iander Porcella)
Fonte: O Liberal