Um sentimento permeou a reunião de aliados de Jair Bolsonaro nesta segunda-feira, 21, na Câmara: medo. Segundo relatos feitos à Coluna, a oposição está “atordoada” com as novas decisões do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e o fantasma de uma prisão preventiva a qualquer momento voltou a circular entre eles. A avaliação no grupo é de que o alcance das medidas restritivas ainda não está claro. “Bolsonaro será preso se passar em frente a uma embaixada? Vai para a cadeia se um apoiador filmá-lo e publicar o vídeo nas redes sociais?”, indagou um parlamentar que participou do encontro. Equipes jurídicas ligadas a aliados do ex-presidente estudam com lupa os despachos de Moraes. Enquanto isso, a ordem é adotar cautela com a presença de Bolsonaro.
EXEMPLO. A participação virtual do deputado Eduardo Bolsonaro, que segue nos EUA, foi cancelada, já que ele e o pai estão proibidos de se comunicar.
PODE OU NÃO? O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também não esteve na reunião da bancada, por ser assunto direto do Legislativo. A ausência causou certo alívio entre os correligionários que também estavam na dúvida se ele e Bolsonaro podiam se comunicar.
MOTIVO. Na decisão do dia 18, Moraes proibiu Bolsonaro de manter contato com embaixadores ou quaisquer autoridades estrangeiras, bem como com réus e investigados das ações penais 2.668, 2.693, 2.694. 2.695, do Inq. 4.995 e Pet 12.100. Valdemar está citado neste último. A assessoria jurídica do PL, entretanto, esclareceu que, desde março, Valdemar não é mais investigado e, inclusive, caíram todas as cautelares que havia sobre ele.
TIC,TAC. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), programou a agenda nesta segunda-feira, 21, de olho até nos minutos. Não podia correr o risco de Bolsonaro perder a hora, já que cumpre recolhimento domiciliar de 19h às 6h. É outro tempo que preocupa mais Sóstenes. Ele tem apenas o mês de agosto para tentar aprovar o projeto de anistia, se ainda tiver esperança de evitar a prisão de Bolsonaro com essa medida. O STF deve concluir, em setembro, o julgamento do ex-presidente na trama golpista.
TROPA DE CHOQUE. O PL escolheu os bolsonaristas “mais inflamados” para comandar três comissões partidárias e agirem como “voz” de Bolsonaro nos próximos meses, no Congresso. O critério foi ser “bom de briga”. Gustavo Gayer (GO) vai coordenar a comunicação da oposição; Cabo Gilberto (PB) ficará à frente da articulação interna na Câmara e no Senado; Zé Trovão (SC) e Rodolfo Nogueira (MS) estão com as mobilizações públicas.
CARTA. O Conselho Nacional de Direitos Humanos cobrou esclarecimentos dos Estados Unidos na Comissão Interamericana de Direitos Humanos. O colegiado brasileiro, composto por representantes dos três Poderes e sociedade civil, apontou que o presidente Donald Trump violou a soberania nacional ao fazer acusações contra o Supremo. “Trump justificou as taxas em razão da atuação do STF, não se limitando à imposição coercitiva apenas com fundamentos econômicos. A medida representa uma clara interferência nos assuntos internos do Brasil, sem respeitar a competência legítima do tribunal disposta na Constituição.”
PRONTO, FALEI! Ricardo Soriano Ex-procurador-geral Fazenda “A PEC dos precatórios afasta, no curto prazo, o risco do shutdown da máquina pública (com paralisação de atividades), mas potencializa o endividamento.”
CLICK Luiz Inácio Lula da Silva Presidente da República Em evento com a sociedade civil, para discutir democracia, com a presença dos presidentes de Chile, Colômbia e Uruguai, e o primeiro-ministro da Espanha.
(Roseann Kennedy, com Eduardo Barretto e Iander Porcella)
Fonte: O Liberal