Investimentos, parcerias, fóruns de discussão e exposição estão entre as diversas atividades que a Embaixada da Suíça desenvolverá em Belém neste ano. O embaixador da Suíça no Brasil, Pietro Lazzeri, apresentou o programa ‘Road to Belém’ na manhã desta segunda-feira (21) no Museu Paraense Emílio Goeldi. A iniciativa reúne o Time Suíça no Brasil para fortalecer a cooperação entre os dois países na preparação para a COP 30, a conferência mundial sobre mudanças climáticas que será realizada em novembro, na capital paraense.
O programa Road to Belém reúne várias atividades com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico e a prosperidade por meio da identificação de soluções sustentáveis, compartilhadas e inovadoras. Suíça e o Brasil são parceiros históricos e estratégicos com intensas relações bilaterais nos âmbitos político, econômico, científico e da sustentabilidade.
“Para nós a COP30 é uma excelente oportunidade para apresentar o melhor da nossa cooperação na área econômica, na área científica, inovação, sustentabilidade e bioeconomia. Concretamente a Suíça estará presente em dois lugares na Zona Verde com o pavilhão das empresas suíças e do Governo Suíço, e aqui no Museu Goeldi com o chalé suíço brasileiro, para apresentar vários eventos científicos de inovação. O espírito é muito positivo. Queremos discutir aqui soluções neste equilíbrio entre a floresta em pé e o desenvolvimento sustentável”, apontou o embaixador Pietro Lazzeri.
Dentre as atividades do Programa “Road to Belém” estão a exposição “O Legado Suíço-Brasileiro na Amazônia: Arte, Ciência e Sustentabilidade”, a reconstrução sustentável da Casa Goeldi, o Desafio Suíço-Brasileiro de Inovação e Sustentabilidade, 5ª Conferência Global do Programa de Sistemas Alimentares Sustentáveis da Rede One Planet, Programa nexBio Amazônia, a Planetary Embassy na COP 30, o Pavilhão Suíço na Green Zone da COP 30, e o Fórum de Infraestrutura Suíça-Brasil.
Um dos primeiros lançamentos que ocorreu nesta segunda-feira foi o evento “Vozes da Floresta”, organizado pela Swissnex no Brasil, que abre o nexBio Amazônia 2025, no auditório do Museu Goeldi. O programa nexBio Amazônia, que chega a segunda edição, reúne startups e pesquisadores da Suíça e do Brasil para promover bioeconomia, resiliência climática, infraestrutura sustentável e diálogo ciência-sociedade, destacando as contribuições suíças para os esforços globais de sustentabilidade.
Este ano, o nexBio Amazônia terá ações em Belém, de 21 a 25 de julho, e Manaus, de 28 de julho a 1º de agosto. Com participação de 15 startups e 13 pesquisadores do Brasil e da Suíça, a proposta do nexBio é construir pontes entre os ecossistemas amazônicos com instituições governamentais e de pesquisa, laboratórios de inovação, mentores e especialistas, na busca por soluções sustentáveis e viáveis que desenvolvam as cadeias de produção locais.
A Suíça ainda fará diversos investimentos no Brasil de milhões de reais, como os repasses para o Fundo Amazônia – destinado para financiamento de projetos de preservação da floresta Amazônica, para o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e para outros projetos como os fundos do clima.
“A Suíça é o terceiro investidor do Brasil. A Suíça está aqui para contribuir com números. São 100 mil empregos de qualidade e 550 empresas suíças no Brasil”, destacou. “Já falando de projeto do governo Suíço tem o Fundo Amazônia, que já recebeu apoio com 40 milhões de reais. E vamos anunciar novamente apoio ao Fundo Amazônia. E depois tem outros fundos, outras ferramentas, posso citar o BID, onde a suíça apoiou com 50 milhões de reais, e os fundos climáticos. Outra parte são os projetos com comunidades e grupos vulneráveis. Temos apoiado mais de 40 projetos em todos os estados da Amazônia. Muitas comunidades são beneficiadas dos nossos projetos”, apontou.
O Museu Paraense Emílio Goeldi é um reflexo da parceria entre o Brasil e a Suíça que remonta ao século XIX, quando o pesquisador e naturalista suíço Emílio Augusto Goeldi, que hoje dá nome ao museu paraense, se estabeleceu no Pará a pedido do Governador Lauro Sodré para estudar a Amazônia.
De acordo com o diretor do MPEG, Nilson Gabas Júnior, a parceria com a embaixada da Suíça e a instituição permitirá revitalizar a Casa Goeldi, local onde morou o pesquisador Emílio Goeldi, com projeto de um dos mais renomados escritórios de arquitetura do mundo o Herzog & de Meuron. A parceria permitirá o desenvolvimento em diversas áreas do museu.
“Isso vai fazer com que os nossos projetos de pesquisa, os nossos projetos de inovação, subam de patamar, elas ganhem uma maior visibilidade, e tenham a possibilidade de financiamento. Outra ação é no âmbito da reforma necessária que precisa ser feita na casa onde morou Emilio Goeldi”, destacou.
A instituição se prepara para realizar diversas atividades durante a COP 30, em diferentes áreas. “No âmbito do Museu Emílio Goeldi estamos fazendo uma série de seminários científicos. Esses seminários que são versados sobre a questão da Amazônia, a questão da energia, sustentabilidade, da água, e como resultado disso vamos fazer um resumo do que foi discutido e levar ao conhecimento científico da COP em um nível superior”, afirmou Gabas.
O embaixador Pietro Lazzeri acredita que a COP 30, em Belém, reforçou que a Suíça estará presente durante o evento para fortalecer os laços que unem os dois países, mesmo diante das dificuldades do momento internacional. “Estamos em um mundo complexo e fragmentado. A Suíça acredita no multilateralismo, vamos estar presentes na COP, vamos assinar o acordo com Mercosul, o que é um sinal relevante. Nós acreditamos no Estado de Direito e num sistema multilateral. Neste sentido o Brasil é um parceiro importante. Nós vamos estar presentes porque acreditamos que as soluções são através do diálogo”, enfatizou.
Fonte: O Liberal