O que deveria ser apenas uma cirurgia de laqueadura, terminou em um pesadelo e processo no Ministério Público de Crimes Contra a Pessoa, na Patagônia. Ao acordar do procedimento, a argentina Alison Calfunao, de 30 anos, notou que estava com uma das pernas amputadas e que havia recebido um transplante de coração.
Alison é mãe de duas crianças e foi internada em uma clínica particular para realizar uma cirurgia de laqueadura, procedimento cirúrgico que tem como objetivo impedir a gravidez. O procedimento constiste no bloqueio ou corte das trompas que transportam os óvulos dos ovários para o útero. A cirurgia não tem relação direta com a perna ou o coração.
Entretanto, durante a cirurgia Alison sofreu duas paradas cardíacas, que resultaram em insuficiência cardíaca aguda. A gravidade do quadro exigiu uma transferência urgente para uma unidade hospitalar mais avançada, devido ao estado crítico, necessitando de suporte vital básico.
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Nesse processo, a mulher desenvolveu um coágulo e uma infecção severa em um dos pés, o que levou à amputação da perna acima do joelho para que pudesse ser incluída na lista nacional de transplantes. No dia 17 de junho, ela recebeu um novo coração no Hospital Italiano de Buenos Aires, capital argentina, onde iniciou um longo e delicado processo de recuperação. Apesar do caso ter ocorrido em junho, a mídia internacional só noticiou na última quinta-feira (3)
Alison Calfunao segue internada para recuperação física e psicológica, mas os familiares continuam revoltados com a história.
“Naquele dia, minha filha morreu. Ela morreu naquela sala de cirurgia. Seu coração foi despedaçado, sua perna foi amputada, seu corpo e sua vida mudaram para sempre”, disse a mãe de Alison em uma rede social.
A família levou o caso ao Ministério Público de Crimes Contra a Pessoa de Neuquén e aguarda explicações.
(Gabrielle Borges, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Vanessa Pinheiro, editora web de OLiberal.com.)
Fonte: O Liberal