A escalada do conflito no Oriente Médio, com a entrada dos Estados Unidos na guerra entre Israel e Irã, fez o governo brasileiro insistir na pregação pela reforma do Conselho de Segurança da ONU. Na avaliação do presidente Lula, que passou os últimos dias em conversas com o chanceler Mauro Vieira e com o assessor Celso Amorim, o quadro de tensão global reflete a incapacidade do colegiado de conter tragédias humanitárias. Em nota divulgada neste domingo, 22, pelo Itamaraty, o Brasil destaca a urgente necessidade de solução diplomática, sob o argumento de que a guerra pode causar “danos irreversíveis” para a paz, a estabilidade e o desarmamento nuclear. A preocupação do governo, no entanto, vai além. Se o Irã cumprir a ameaça de fechar o estreito de Hormuz, o mundo todo sentirá os seus efeitos.
BOLSO. “O Conselho de Segurança da ONU é um tigre sem dentes”, comparou Leonardo Trevisan, professor de Relações Internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing. Para ele, porém, a grande arma do Irã não é nuclear, mas econômica. “Quase 30% do petróleo produzido no mundo passa por Hormuz”.
ARGUMENTO. Projeções do JP Morgan indicam que o preço do barril pode atingir US$ 120. “Diante dessa situação, a China, que costuma falar de boca fechada, principalmente com Donald Trump, deve mostrar o risco de recessão, mesmo nos EUA”, afirmou Trevisan.
OPOSIÇÃO. Já o ex-chanceler Aloysio Nunes disse não saber avaliar o impacto da guerra para o Brasil. “Tudo isso é um horror. Quem preza o direito internacional como expressão da razão fica chocado com essa prevalência da lei do mais forte”, reagiu.
ESPERANÇA. A defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, réu na ação do golpe, está confiante de que o general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, vá recuar nas acusações feitas contra ele. Os dois participarão de uma acareação no STF, na terça-feira, 24.
MOTIVO. A aposta da defesa de Torres ocorre porque Freire Gomes atenuou sua versão no depoimento ao Supremo. Em 2024, o general disse que o ex-ministro dava “suporte jurídico” à trama golpista e que a minuta discutida por Jair Bolsonaro com os militares era a mesma apreendida pela PF na casa de Torres. Em abril, afirmou não ter certeza se era o mesmo documento.
CARTADA. “A perícia vai demonstrar que a minuta do Google, encontrada na residência do ex-ministro, nada tem a ver com a supostamente discutida com os comandantes militares”, disse o advogado Eumar Novacki.
PAUTA. O PL de Bolsonaro sustenta que o novo projeto para reduzir penas dos condenados do 8 de Janeiro será apresentado na Câmara antes do recesso de julho. Mas a base de Lula acha que a proposta será ofuscada pela CPI do INSS sobre os mais de R$ 6 bilhões de descontos indevidos dos aposentados.
FALANDO NISSO. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), preferia que a comissão nem fosse instalada. “Na minha opinião, essa CPI vai terminar em pizza, como a do 8 de Janeiro, porque o PT vai cooptar todo mundo”, previu ele.
PRONTO, FALEI! Rubens Barbosa Ex-embaixador do Brasil “As guerras no Oriente Médio estão relacionadas aos problemas pessoais de um político israelense e aos problemas de ego de um político norte-americano.”
CLICK Romeu Zema Governador de Minas Viajou com uma comitiva de Minas ao Japão, onde visitou o Centro de Segurança e Prevenção de Desastres e observou ações contra enchentes em Yamanashi.
(Roseann Kennedy, com Eduardo Barretto, Iander Porcella e Vera Rosa)
Fonte: O Liberal