O Dia Mundial de Conscientização da Pessoa com Doença Falciforme é celebrado nesta quinta-feira (19), e a Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa) realizará uma programação comemorativa no Centur, no dia 24 de junho, das 9h às 12h, com apresentações musicais, teatro e lanche especial.
Segundo a Coordenação de Ambulatórios (Coamb) do Hemopa, a fundação acompanha 1.150 pacientes diagnosticados com a doença falciforme, tanto de Belém quanto do interior do estado. A maioria dos atendidos é composta por crianças e adolescentes, mas o serviço também acompanha adultos que vivem com a forma crônica da doença.
A paciente Aline Nunes Saraiva, que realiza tratamento desde o nascimento, contou como é o atendimento que recebe no hemocentro e de que forma a tecnologia tem contribuído:
“Sou pessoa com anemia falciforme e faço tratamento desde que nasci. Quando o serviço de saúde investe em equipamentos, isso atende melhor às nossas necessidades específicas, torna os procedimentos mais eficazes e facilita a adesão ao tratamento. Dependendo da tecnologia, é possível até reduzir internações, evitando complicações mais graves. A longo prazo, isso representa economia para todos, tanto para os pacientes quanto para o sistema de saúde. Mais que um avanço técnico, é um ganho em qualidade de vida”, disse.
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Diagnóstico
A doença falciforme é uma condição genética hereditária que afeta a forma dos glóbulos vermelhos, tornando-os mais rígidos e dificultando sua circulação adequada pelos vasos sanguíneos. O diagnóstico é mais prevalente na população negra, e a doença está associada a dores intensas, infecções, anemia e complicações em diversos órgãos.
Na maioria dos casos, o diagnóstico ocorre por meio do teste do pezinho, realizado durante a triagem neonatal, gratuitamente na rede pública de saúde. Quando o diagnóstico é precoce, o paciente é encaminhado ao Hemopa, onde se inicia o protocolo clínico indicado para esses casos.
“O diagnóstico é feito através do teste do pezinho. Com o resultado, o paciente é encaminhado para iniciar o tratamento com medicações adequadas, a fim de prevenir possíveis complicações”, explica a médica hematologista Saide Sarmento Trindade, que coordena o atendimento ambulatorial da instituição.
“O Hemopa é o serviço de referência no Estado para o acompanhamento das pessoas com doença falciforme. A atuação é feita por uma equipe multiprofissional e multidisciplinar, com orientações adequadas às famílias. É fundamental o acolhimento da enfermagem, a atuação da psicologia, do serviço social, da odontologia, fisioterapia, fisiatria, assistência farmacêutica e também da pedagogia, que avalia o desenvolvimento cognitivo da criança”, acrescenta.
Nos casos mais graves, o transplante de medula óssea é uma alternativa terapêutica. O próprio Hemopa realiza o cadastro de doadores no Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea). O procedimento é simples e pode ser feito com a coleta de apenas 10 ml de sangue, contribuindo para a esperança de cura de pessoas com doença falciforme que aguardam por um transplante.
“Hoje é possível realizar o transplante para pacientes que tenham um irmão 100% compatível, por meio do teste de histocompatibilidade. E estamos avançando para o transplante haploidêntico, com 50% de compatibilidade entre doador e receptor”, complementa Saide. “O Hemopa realiza o acompanhamento clínico e o encaminhamento dos casos para centros transplantadores em outros estados do país”, finaliza a médica.
Serviço
Programação Hemopa – Dia Mundial de Conscientização da Pessoa com Doença Falciforme
Data: 24 de junho
Hora: 9h às 12h
Local: CENTUR – Av. Gentil Bitencourt, 650
Entrada gratuita.
Fonte: O Liberal