Acontece nesta sexta-feira (13), no Espaço EcoAmazônias, no bairro do Jurunas, em Belém, a abertura do 2º Ciclo de Formação sobre Racismo Ambiental. Promovido pelo Instituto Negrytar, o evento conta com uma programação diversificada voltada à justiça climática, à valorização dos saberes amazônicos e ao fortalecimento das periferias urbanas da região.
Entre as atividades estão previstas oficina de horta suspensa, roda de conversa, atrações culturais e o lançamento de uma campanha de arrecadação de ecotijolos (tijolos sustentáveis feitos com garrafa PET e resíduos plásticos compactados). A programação segue ao longo de todo o dia, com participação gratuita e aberta ao público.
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O encontro visa ampliar o debate sobre racismo ambiental e fortalecer práticas de autonomia alimentar, cuidado com o território e preservação dos saberes tradicionais negros e amazônicos. A iniciativa conta com o apoio do Instituto Ibirapitanga.
Oficina de horta suspensa
Com turmas nos turnos da manhã (9h às 11h) e da tarde (14h às 17h), a oficina de horta suspensa será conduzida por Taciana Miranda, educadora popular, agroecóloga e extensionista rural da Emater-PA. A proposta é promover o intercâmbio entre conhecimentos tradicionais da população local e práticas agroecológicas acessíveis.
Oficina promove saberes agroecológicos com horta suspensa. (Divulgação)
“Vamos trabalhar desde o uso das hortaliças na alimentação até sua presença nos quintais produtivos da região metropolitana de Belém, especialmente no Jurunas. É uma troca de saberes, com práticas agroecológicas de manejo do solo, condução dos sistemas e relações ecológicas das plantas. Vamos explorar tudo de forma lúdica, participativa e criativa”, destaca Taciana.
As vagas são limitadas, e os interessados devem preencher um formulário de inscrição. Os participantes podem levar mudas, sementes, estacas e também contribuir com garrafas PET limpas para a campanha de ecotijolos.
Campanha de arrecadação de ecotijolos
Durante todo o dia, estará ativa a campanha de arrecadação de ecotijolos, coordenada por Silvana Palha, da Escola Viva em Movimento, parceira do Instituto Negrytar. Os ecotijolos arrecadados serão usados na bioconstrução da nova sede do Instituto, que será instalada no próprio Espaço EcoAmazônias, além de serem utilizados em atividades educativas e comunitárias.
“O ecotijolo é um tijolo pronto, feito com todo esse material que normalmente vai parar no lixo. Cada pessoa pode fazer em casa, com calma, limpando, secando e compactando os plásticos corretamente. Esse processo também é educativo: a gente começa a repensar o lixo que gera, aprende a separar melhor e ainda contribui para a construção de espaços coletivos e sustentáveis”, afirma Silvana.
Programação cultural e roda de conversa
A partir das 11h, acontece uma roda de conversa sobre justiça climática, com a proposta de refletir coletivamente sobre os impactos ambientais que atingem de forma desigual os territórios periféricos e negros da Amazônia. Encerrando a programação, às 17h30, haverá apresentação do grupo Carimbó Sensacional e do Mestre Dimmi, trazendo a música popular amazônida como forma de resistência e celebração.
Instituto Negrytar abre ciclo formativo com ações sustentáveis no Espaço EcoAmazônias. (Divulgação)
Para Joyce Cursino, presidenta do Instituto Negrytar, a abertura do ciclo representa mais um passo na construção de uma rede de pertencimento e transformação. “Esse ciclo é sobre plantar o presente que queremos viver. Cada roda, cada horta, cada tambor. Cada pessoa conectada é um gesto, é um passo pro futuro”, afirma.
Serviço
2º Ciclo de Formação sobre Racismo Ambiental
Local: Espaço EcoAmazônias – Bairro do Jurunas, Belém
Data: sexta-feira, 13 de junho
Horário: partir das 8h30
Participação gratuita
Programação:
- 08h30 – Acolhimento, café partilhado e abertura simbólica
- 09h às 11h – Oficina de horta suspensa (manhã)
- 11h às 12h – Roda de conversa: Justiça Climática
- 14h às 17h – Oficina de horta suspensa (tarde)
- 17h30 – Show com Mestre Dimmi e Carimbó Sensacional
- Durante todo o dia – Arrecadação de ecotijolos
Fonte: O Liberal