O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, justificou nesta terça-feira (16) o ataque realizado na semana passada contra integrantes do Hamas em Doha, no Catar. Em coletiva de imprensa em Jerusalém, ele afirmou que a operação foi “totalmente justificada” porque o emirado “abriga, organiza e financia” o grupo terrorista islâmico.
“Ele [o Catar] está ligado ao Hamas, abriga o Hamas, organiza o Hamas, financia o Hamas. O Catar é pró-Israel? Está do nosso lado? Vocês sabem que isso não é verdade”, declarou.
Segundo Netanyahu, o país do Golfo poderia ter usado sua influência para pressionar o Hamas e acelerar a libertação dos reféns capturados durante o ataque terrorista de 7 de outubro de 2023, que deu início à guerra em Gaza.
“Se o Catar quisesse, poderia facilmente ter exercido muito mais pressão e isso teria ajudado a libertar todos os reféns nos primeiros meses da guerra”, disse o premiê.
O ataque em Doha teve como alvo um encontro de dirigentes do Hamas que discutiam a proposta mais recente dos Estados Unidos para um cessar-fogo. O bombardeio atingiu o prédio onde o grupo se reunia, resultando na morte de seis pessoas – cinco delas identificadas como membros do Hamas, mas, segundo disse o grupo terrorista, sem atingir os líderes principais que coordenam neste momento negociações.
A ação de Israel contra o território do Catar elevou a tensão entre o país governado por Netanyahu e os mediadores do conflito no Oriente Médio. Tanto os EUA quanto o Catar têm atuado em negociações para cessar-fogo e troca de reféns.
O histórico de relações entre Catar e Hamas é de longa data. Entre 2018 e 2023, o emirado enviou milhões de dólares em auxílio à Faixa de Gaza, governada pelo grupo terrorista, que é acusado de desviar boa parte dessa ajuda. Doha também mantém dirigentes do Hamas em seu território, onde o grupo encontra respaldo político e financeiro.
Fonte: Gazeta