O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez comentários sobre uma possível operação militar contra o narcotráfico na Venezuela, ampliando as tensões com o regime de Nicolás Maduro, que na semana passada convocou facções do chavismo a se prepararem para uma “luta armada”.
“Vamos ver o que acontece”, disse o republicano após ser questionado sobre um hipotético ataque em território venezuelano contra o Cartel de los Sóis, apontado pelos Estados Unidos como uma organização terrorista supostamente liderada por Maduro.
Segundo Trump, Caracas está enviando membros de gangues e traficantes de drogas para os Estados Unidos. “Isso é inaceitável. Não gostamos do que a Venezuela está nos enviando: nem suas drogas, nem seus membros de gangue”, afirmou o presidente americano em Nova Jersey durante agenda oficial.
Washington mantém mobilizados perto da costa venezuelana oito navios militares com mísseis e um submarino de propulsão nuclear e ordenou o envio de dez caças F-35 para uma base aérea em Porto Rico, o que a Venezuela denuncia como uma tentativa de promover uma “mudança de regime”.
No sábado (13), a Venezuela afirmou que um destroier americano abordou de maneira “ilegal” e ocupou durante oito horas uma embarcação de pesca venezuelana com oito pescadores que estavam, segundo a ditadura chavista, em águas do país sul-americano. Tudo isso, segundo Caracas, com a intenção de justificar “uma escalada bélica” no Caribe.
Os ocupantes da eembarcação, segundo as autoridades venezuelanas, eram “humildes pescadores de atum, que navegavam a 48 milhas náuticas da Ilha de La Blanquilla, em águas pertencentes à Zona Econômica Exclusiva (ZEE) venezuelana”.
China condena operação dos EUA no Caribe
A ditadura chinesa, liderada por Xi Jinping, expressou sua condenação às atividades militares dos Estados Unidos no Caribe.
Segundo o porta-voz da chancelaria chinesa, Lin Jian, essas ações “ameaçam a paz e a segurança regionais”.
Jian acrescentou durante uma entrevista coletiva nesta segunda-feira (15)que o comportamento dos EUA “viola gravemente a soberania, a segurança e os direitos e interesses legítimos de outros países, e viola o direito internacional”.
O regime chinês pediu a Washington que “não utilize a luta contra o narcotráfico como desculpa para minar a segurança econômica de todos os países e as liberdades e direitos que desfrutam sob o direito internacional”.
“A China apoia firmemente o fortalecimento da cooperação internacional para combater o crime transfronteiriço, se opõe ao uso unilateral e excessivo da força e se opõe à ingerência externa nos assuntos internos da Venezuela sob qualquer pretexto”, acrescentou o porta-voz.
Fonte: Gazeta