O secretário de Estado americano, Marco Rubio, disse nesta segunda-feira (15) que novas medidas contra o Brasil, devido à condenação judicial do ex-presidente Jair Bolsonaro, devem ser anunciadas na semana que vem.
Rubio falou sobre o assunto em entrevista a Gillian Turner, da emissora Fox News, que perguntou qual seria a resposta do governo Trump à decisão da semana passada da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que condenou Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por acusações de tentativa de golpe de Estado após a eleição de 2022.
“Bem, a resposta é que o Estado de Direito [no Brasil] está se desintegrando. Há esses juízes ativistas, um em particular [o ministro do STF Alexandre de Moraes], que não apenas perseguiu Bolsonaro, por sinal, como também tentou realizar ações extraterritoriais contra cidadãos americanos ou contra quem postasse online de dentro dos Estados Unidos, e até ameaçou ir ainda mais longe nesse sentido”, disse o secretário de Estado.
“Portanto, haverá uma resposta dos EUA, e é isso; teremos alguns anúncios na próxima semana ou logo depois sobre as medidas adicionais que pretendemos tomar. Mas o julgamento é apenas mais um capítulo de uma crescente campanha de opressão judicial que tem tentado atingir empresas americanas e até mesmo pessoas que operam fora dos Estados Unidos”, acusou Rubio.
Na semana passada, após a condenação de Bolsonaro, Rubio já havia falado no X que Washington responderá “de forma adequada”.
Antes da decisão do STF contra o ex-presidente brasileiro, uma tarifa de 50% na importação de produtos do Brasil imposta por Washington havia entrado em vigor em 6 de agosto.
O governo Trump mencionou como um dos motivos para a tarifa o processo contra Bolsonaro no STF. Entretanto, a taxa não foi aplicada para cerca de 700 produtos brasileiros, entre eles, suco e polpa de laranja e aeronaves civis.
No final de julho, o Departamento do Tesouro americano impôs sanções econômicas contra Moraes com base na Lei Magnitsky, uma legislação dos Estados Unidos que permite a Washington aplicar punições contra acusados de violação de direitos humanos e corrupção em todo o mundo.
Antes disso, o Departamento de Estado havia anunciado a revogação dos vistos de Moraes, de “aliados dele” no STF e seus familiares, que ficaram assim impedidos de entrar nos Estados Unidos.
Fonte: Gazeta