A secretária de Segurança Interna dos Estados Unidos, Kristi Noem, confirmou em publicação no X nesta quarta-feira (27) que o autor do massacre na Annunciation Catholic Church, em Minneapolis (Minnesota), era um transgênero de 23 anos. O ataque ocorreu durante a primeira missa do ano letivo da escola da igreja e deixou duas crianças mortas, bem com outras 17 pessoas feridas, a maioria menores.
Noem confirmou também que o criminoso deixou mensagens escritas em um carregador de munição de fuzil, entre elas: “Pelas crianças”, “Onde está o seu Deus?” e “Mate Donald Trump”. Em sua declaração, a secretária classificou o autor do massacre como um “monstro perturbado” que atacou “nossos mais vulneráveis: crianças pequenas rezando em sua primeira missa da manhã do ano escolar”.
“Nossos mais profundos pêsames estão com as crianças, pais, famílias, educadores e cristãos em todos os lugares. Nós choramos com eles, oramos por cura e nunca os esqueceremos”, disse a secretária.
Como aconteceu o ataque
De acordo com o chefe de polícia de Minneapolis, Brian O’Hara, o criminoso — identificado como Robin Westman – se aproximou do lado externo da igreja e disparou, utilizando diferentes armas, contra as janelas, mirando nas crianças e fiéis que estavam sentados nos bancos durante uma missa que ocorria na igreja. O’Hara afirmou que Westman utilizou um fuzil, uma espingarda e uma pistola, todas adquiridas legalmente e de forma recente.
Após o ataque, Westman se suicidou no estacionamento da igreja. Segundo a polícia, ele não possuía histórico criminal.
Os investigadores afirmam ter encontrado um vídeo publicado no YouTube em que o autor do ataque aparecia no local e deixava escritos considerados perturbadores, apontado como uma espécie de manifesto. O material foi removido com ajuda do FBI e está sob análise.
O autor do ataque
O responsável pelo ataque foi identificado como Robin Westman, de 23 anos, que nasceu como Robert Westman, mas em 2019 teve o nome alterado legalmente após pedido feito pela mãe, Mary Westman, na Justiça de Dakota County. No documento, ela afirmou que o filho “se identificava como mulher e queria que o nome refletisse essa identificação”.
A mãe do autor do ataque já havia trabalhado na escola da Igreja Annunciation, mas deixou a instituição em 2021. Segundo o jornal britânico The Times, o criminoso estudou na escola da Annunciation Catholic Church, concluindo os estudos no local em 2017, e provavelmente chegou a frequentar as missas no templo onde anos depois cometeu o massacre.
O criminoso também manifestava em material publicado na internet declarações antissemitas e neonazistas.
As vítimas
Segundo a polícia, duas crianças, de 8 e 10 anos, foram mortas. Outras 14 crianças, com idades entre 6 e 15 anos, ficaram feridas. Além delas, três idosos, na faixa dos 80 anos, também foram atingidos por disparos, mas devem sobreviver.
O hospital Children’s Minnesota recebeu sete crianças, quatro já liberadas no mesmo dia. No Hennepin Healthcare, maior pronto-socorro do estado, a FOX 9 relatou que 10 vítimas foram atendidas – entre elas, uma criança e um adulto em estado crítico.
A criança em estado crítico tem 12 anos e permanece internada na UTI após cirurgia, segundo informações confirmadas por sua igreja local e uma página de arrecadação criada pela família.
Reações
O prefeito de Minnesota, Jacob Frey, do Partido Democrata, descreveu o episódio como uma tragédia sem precedentes: “Crianças estão mortas. Não há palavras que possam capturar o horror e o mal desse ato indescritível”. O chefe de polícia, Brian O’Hara, reforçou: “A crueldade e covardia de disparar contra uma igreja cheia de crianças é absolutamente incompreensível”.
Pais de alunos também se pronunciaram. Danielle Gunter, mãe de um menino de 8ª série baleado, declarou à FOX 9 que “nossos corações estão despedaçados – não apenas por ele, mas por todos que foram feridos. Pedimos que líderes coloquem segurança armada nas escolas para evitar outra tragédia como esta. Não há missão mais alta do que proteger crianças do mal neste mundo”.
O governador de Minnesota, Tim Walz, e o presidente dos EUA, Donald Trump, disseram que estavam orando pelas vítimas.
Neste momento, o FBI investiga o ataque como um ato de terrorismo doméstico e crime de ódio contra católicos.
Fonte: Gazeta