Nesta quarta-feira (27), o diretor do FBI, Kash Patel, disse no X que um ataque a tiros ocorrido horas antes em uma escola/igreja católicas em Minneapolis está sendo investigado pela polícia federal americana como um ato de terrorismo doméstico e crime de ódio contra católicos.
No ataque, foram mortas uma criança de oito anos e outra de dez; outras 14 crianças e três adultos ficaram feridos.
Dados da ONG e organização educacional Conselho de Pesquisa Familiar (FRC, na sigla em inglês) divulgados este mês mostram que a violência contra igrejas de diferentes denominações cristãs está em alta nos Estados Unidos nos últimos anos.
O relatório do FRC registrou 415 incidentes em 2024, uma queda em relação ao computado em 2023 (485 incidentes), mas muito acima do registrado em anos anteriores. Confira o número de ataques por ano:
- 2018: 50 ataques
- 2019: 83 ataques
- 2020: 55 ataques
- 2021: 98 ataques
- 2022: 198 ataques
- 2023: 485 ataques
- 2024: 415 ataques
A alta no número de incidentes entre 2018 e 2024 foi de impressionantes 730%, segundo os dados do FRC.
No ano passado, os casos de ataques mais comuns contra igrejas foram atos de vandalismo (284 incidentes), incêndios criminosos (55 ocorrências), incidentes com uso de arma de fogo (28) e ameaças de bomba (14 casos).
“Embora as motivações de muitos desses incidentes permaneçam desconhecidas, o aumento de crimes contra igrejas ocorre em um contexto em que menos americanos frequentam cultos religiosos ou se identificam com uma fé específica. De acordo com o Instituto Gallup, 42% dos adultos americanos frequentavam cultos religiosos regularmente há 20 anos, mas agora esse número caiu para 30%”, afirmou o FRC no relatório.
A ONG lamentou episódios de ridicularização do cristianismo na cultura popular e citou os casos do rapper Lil Nas X, que em 2024 promoveu a música “J Christ” com um clipe que o mostrava numa cruz, e da cantora de hip-hop Doja Cat, que adotou imagens demoníacas no clipe de “Demons”.
“Com o cristianismo aparentemente perdendo influência e respeito na vida americana e menos pessoas se sentindo emocionalmente ou espiritualmente conectadas às igrejas, pode haver menos pressão social para desencorajar criminosos a atacar igrejas”, afirmou o FRC.
O presidente americano, Donald Trump, se declarou disposto a reagir aos ataques ao cristianismo nos Estados Unidos: em fevereiro, ele assinou uma ordem executiva que determinou a criação de uma força-tarefa para “erradicar o preconceito anticristão” dentro do governo federal americano.
“Minha administração não tolerará a instrumentalização anticristã do governo ou conduta ilegal visando cristãos. A lei protege a liberdade dos americanos e grupos de americanos de praticar sua fé em paz, e minha administração aplicará a lei e protegerá essas liberdades”, disse Trump.
“Minha administração garantirá que qualquer conduta, política ou prática ilegal e imprópria que tenha como alvo cristãos seja identificada, encerrada e retificada”, acrescentou.
Fonte: Gazeta