De passagem pelo Brasil, onde se reuniu com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e parlamentares de esquerda, Alex Soros, filho do bilionário progressista George Soros e atual presidente do conselho da Open Society Foundations, afirmou em entrevista publicada nesta segunda-feira (25) pela Folha de S.Paulo que as sanções e pressões do presidente americano Donald Trump contra o governo Lula e o Supremo Tribunal Federal (STF) estão fortalecendo a administração petista.
“Ele [Trump] está tornando Lula mais popular”, declarou.
O herdeiro dos Soros avaliou que a ofensiva de Washington pode ter efeito inverso ao esperado por membros da direita brasileira, fortalecendo politicamente o atual governo petista.
“O que Trump está fazendo [contra o Brasil] vai sair pela culatra”, afirmou.
Alex, que assumiu o comando do império da família Soros após a aposentadoria do pai em 2023, destacou que acredita que o governo dos Estados Unidos tenta agir neste momento de forma direta para enfraquecer o governo Lula e que, atualmente, não há margem para negociação entre qualquer representante oficial do Brasil e a Casa Branca.
“Alguém já fez um acordo ou fez negócios com Trump e acabou se saindo bem? Fora [Vladimir] Putin e Xi Jinping?”, disse. “O que há para negociar? Negociar Bolsonaro e sua soltura?”, acrescentou.
Na entrevista, Alex Soros também afirmou que a questão da soberania nacional deixou de ser bandeira exclusiva da direita. Segundo ele, as recentes ações do presidente Trump, como a guerra tarifária, fizeram com que a defesa da soberania fosse incorporada também por setores de centro e centro-esquerda em diversos países.
“O conceito de soberania nacional agora faz parte do centro, da centro-esquerda e centro-direita, porque o comportamento de Trump é uma ameaça à soberania em todo o mundo”, declarou.
Soros também defendeu durante a entrevista uma maior regulação sobre as grandes empresas de tecnologia e comparou a atual concentração de poder das chamadas big techs ao cenário enfrentado pelo presidente Theodore Roosevelt no início do século 20, quando houve forte campanha antitruste. Para Alex, blocos como União Europeia e Mercosul deveriam articular alianças para, segundo ele, “proteger a soberania digital”.
A Open Society, sob a gestão da família Soros, financia projetos alinhados a pautas progressistas de esquerda, como legalização das drogas, descriminalização do aborto, causas ambientais e movimentos de minorias. Só em 2023, a fundação destinou mais de R$ 170 milhões a ONGs no Brasil.
Fonte: Gazeta