O presidente argentino, Javier Milei, vem fazendo mudanças profundas na economia do país com a sua “motosserra”. Entre privatizações, redução da burocracia estatal, diminuição de impostos e a decretação do fim dos controles cambiais, a economia dos hermanos vem apresentando uma série de números positivos.
Entre as vitórias celebradas neste mês de agosto pela Casa Rosada, destacam-se três. Confira:
Inflação
No último dia 13, o governo argentino celebrou os resultados da inflação de julho, que ficou em 1,9% e caiu para 36,6% no acumulado em 12 meses, de acordo com os dados divulgados pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC).
Embora o total represente uma pequena alta comparado aos 1,6% de junho, e 1,5% de maio — esta, a menor dos últimos cinco anos —, o ministro da Economia, Luis Andrés Caputo, comemorou o percentual apontando que pelo terceiro mês seguido a inflação ficou abaixo de 2%, algo que não acontecia desde novembro de 2017.
O índice acumulado em 12 meses, inferior aos 39,4% do mês anterior, também foi celebrado. Caputo lembrou que o índice acumulado nos primeiros sete meses de 2025 foi de 17,3%, a menor para esse período do ano desde 2020.
O IPC também registrou um aumento do índice de salários, mostrando em julho alta de 3% em relação ao mês anterior.
O aumento salarial é algo de destaque no país, principalmente pelas políticas “agressivas” de Milei, de início, terem representado um aumento dos preços ao consumidor.
Segundo o Estatísticas e Censos da Argentina (Indec), os salários reais (ajustados pela inflação) estão disparando na economia. No primeiro trimestre do ano, a participação dos salários no PIB argentino chegou a 49,1%, uma das maiores porcentagens dos últimos tempos, ultrapassando os lucros corporativos, que caíram vários pontos percentuais no mesmo período.
O órgão aponta ainda um aumento de cinco pontos percentuais entre os primeiros três meses de 2024 e 2025, passando de 44,1% para 49,1%. O dado sinaliza que o poder de compra dos argentinos como um todo aumentou nos últimos meses, o que também está diretamente relacionado à recuperação de empregos no país.
Aerolíneas Argentinas
No último dia 21, a Aerolíneas Argentinas, companhia aérea estatal argentina, aprovou o balanço patrimonial de 2024, que apresentou um resultado contábil líquido positivo de US$ 129,1 milhões (R$ 707,5 milhões).
O destaque para o resultado se dá pelo fato dessa ter sido a primeira vez que a empresa registrou lucro desde que foi nacionalizada pela ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner, em 2008.
De acordo com o jornal La Nación, o resultado é influenciado diretamente pelas políticas da Casa Rosada, que reduziu em 15% o quadro de funcionários e manteve as diretrizes salariais do setor abaixo do desempenho do dólar e inflação.
As ações da Aerolíneas Argentinas são divididas pelo governo nacional (99,96%) e pelos funcionários por meio do Programa de Propriedade Participativa (PPP). Este último grupo não aprovou o balanço auditado pelos órgãos competentes, mas não conseguiu reverter a decisão.
Somado aos resultados corporativos, a pasta do turismo argentino tem tentado, através da Aerolíneas Argentinas impulsionar o turismo, anunciando passagens promocionais.
A ação conjunta entre a companhia e o Instituto Nacional de Promoção Turística (Inprotur), que será válida até 31 de agosto, inclui ofertas a partir de 11 países: Brasil, Uruguai, Chile, Bolívia, Paraguai, Colômbia, Peru, República Dominicana, Estados Unidos, Espanha e Itália.
Os voos do Brasil, ida e volta, incluem valores de: US$ 160 saindo de São Paulo, US$ 200 a partir do Rio de Janeiro, US$ 150 de Porto Alegre e Curitiba, e US$ 280 de Salvador e Porto Seguro, mais taxas e impostos.
O objetivo da medida é incentivar a chegada de turistas estrangeiros durante a primavera, a temporada de maior oferta natural e cultural no país.
Nos últimos dias, o secretário de Turismo, Esporte e Meio Ambiente da Argentina, Daniel Scioli, esteve em turnê pelo Paraguai e Brasil para divulgar as medidas que tentam impulsionar o turismo argentino.
Investimento de Nadal
Os resultados econômicos de Milei atraem investidores de todas as partes do mundo, como o ex-tenista Rafael Nadal, que anunciou no último dia 13 que investirá sua fortuna em sete hotéis de luxo na Argentina.
De acordo com a imprensa local, o montante a ser investido se aproximará dos US$ 200 milhões (mais de R$ 1 bilhão). Nas redes sociais, Daniel Scioli, o Secretário de Turismo do país, confirmou a informação.
Scioli afirmou que o novo investimento de Nadal “mostra o crescente interesse pela Argentina do presidente Javier MIlei de personalidades empreendedoras como Gabriel Escarrer, CEO da Meliá Hotels, e de uma pessoa de destaque como Rafa [Nadal], agora em outra etapa de sua vida”.
Os novos empreendimentos da rede de hotéis de Nadal, a “ZEL”, serão em parceria com a Meliá Hotels Internacional e já têm locais confirmados, em cidades turísticas argentinas: Bariloche, El Calafate, Puerto Iguazu, Mendoza, Posadas, Saltas e Ushuaia.
O estabelecimento em El Calafate — no sul da Patagônia — terá as obras iniciadas no início de 2026.
Em março deste ano, a ZEL chegou ao Caribe, inaugurando um hotel em Punta Cana, região costeira da República Dominicana. Este, foi o primeiro investimento internacional da rede de hotéis do ex-atleta, que possui duas propriedades na Espanha.
“Sete hotéis da linha ZEL serão instalados em diversos destinos maravilhosos do nosso país. Argentina, o melhor país do mundo”, completou Scioli.
Fonte: Gazeta