O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta sexta-feira (22) que o governo americano terá uma participação na gigante da indústria da tecnologia Intel.
O anúncio ocorre dias depois do mandatário republicano ter cobrado que Lip-Bu Tan, novo CEO da empresa, renunciasse ao cargo devido a ligações com a China.
“É uma grande honra para mim informar que os Estados Unidos da América agora detêm e controlam integralmente 10% da Intel, uma grande empresa americana com um futuro ainda mais incrível. Negociei este acordo com Lip-Bu Tan, o altamente respeitado CEO da empresa”, escreveu Trump na rede Truth Social.
“Os Estados Unidos não pagaram nada por essas ações, e elas agora estão avaliadas em aproximadamente US$ 11 bilhões. Este é um ótimo acordo para os Estados Unidos e, também, um ótimo acordo para a Intel. Construir semicondutores e chips de ponta, que é o que a Intel faz, é fundamental para o futuro da nossa nação”, acrescentou o presidente. A Intel ainda não se pronunciou sobre o assunto.
No último dia 7, Trump havia cobrado a saída de Tan. “O CEO da Intel está numa situação de grande conflito e deve renunciar imediatamente. Não há outra solução para este problema”, escreveu Trump na Truth Social.
Tan nasceu na Malásia e tem cidadania americana. Desde março, ele é CEO da Intel.
Em abril, a agência Reuters publicou uma reportagem que apontou que Tan investiu pelo menos US$ 200 milhões em centenas de empresas chinesas de indústria avançada e chips, algumas das quais ligadas às forças armadas chinesas.
Um dia antes do post de Trump, o senador republicano Tom Cotton havia enviado uma carta ao presidente do conselho da Intel com perguntas sobre os vínculos de Tan com empresas chinesas e um recente processo criminal envolvendo a Cadence Design, da qual o malásio-americano foi CEO de 2008 a 2021.
Segundo a Reuters, a empresa, que produz software para design de chips, vendeu produtos para uma universidade militar chinesa, supostamente envolvida na simulação de explosões nucleares.
Em julho, a Cadence Design chegou a um acordo com a Justiça americana para se declarar culpada de acusações relacionadas a essas vendas e pagar uma multa de cerca de US$ 140 milhões.
Fonte: Gazeta