A Rússia lançou nesta terça-feira (19) seu maior ataque do mês contra a Ucrânia, apenas dias após as negociações de paz entre aliados europeus e EUA em Washington e o encontro de Vladimir Putin com Donald Trump no Alasca. Pelo menos três civis foram mortos e 34 ficaram feridos em diferentes regiões, segundo autoridades locais.
De acordo com a Força Aérea ucraniana, Moscou disparou 93 drones do tipo Shahed e dois mísseis balísticos Iskander-M durante a madrugada. As defesas antiaéreas interceptaram 62 drones e um dos mísseis, mas o restante atingiu 20 localidades em todo o país.
Nas últimas horas, na região de Sumy, tropas russas realizaram mais de 140 disparos contra 52 locais, ferindo 16 pessoas, entre elas duas crianças. Na cidade de Dnipropetrovsk, uma pessoa morreu e outra ficou ferida após ataques russos; em Donetsk, ataques deixaram um morto e 10 feridos. Bombardeios também foram registrados em Kharkiv, Kherson, Odesa e Zaporizhzhia, atingindo infraestrutura crítica e social, incluindo portos e instalações de gás.
Nesta segunda-feira (18), Moscou já havia lançado uma onda de mísseis e drones contra cidades do centro da Ucrânia, poucas horas depois do encontro entre Trump e Volodymyr Zelensky, na Casa Branca. O presidente ucraniano denunciou que Putin tenta “matar de forma demonstrativa” para sabotar os esforços diplomáticos e enfraquecer a pressão internacional.
A escalada dos ataques russos contra a Ucrânia começou ainda no fim de semana que antecedeu as reuniões em Washington. Na noite de domingo (17), bombardeios contra Kharkiv mataram sete pessoas e feriram 24, entre elas seis crianças. Entre as vítimas estavam uma menina de um ano e meio e um adolescente de 16 anos. Pelo menos uma dezena de prédios residenciais foi danificada, e mais de mil janelas estouraram com a onda de choque. Ataques também foram registrados em Sumy e Odesa, onde casas e instalações civis foram atingidas.
O aumento da violência ocorre em meio à tentativa de Trump de mediar um acordo entre Putin e Zelensky. No encontro no Alasca, o ditador russo recusou qualquer cessar-fogo imediato e exigiu que Kiev cedesse territórios em troca de paz. Já em Washington, Zelensky apelou por mais pressão contra Moscou e pediu garantias de segurança fortes e duradouras para seu país.
Fonte: Gazeta