O presidente boliviano, Luis Arce, condenou “veementemente” nesta quarta-feira (20) o envio de três navios de guerra norte-americanos para o Caribe, perto do território venezuelano, e qualificou as acusações feitas pelo governo de Donald Trump contra o governo de Nicolás Maduro como “infâmias”.
“Do coração da América do Sul, condenamos veementemente o envio militar dos Estados Unidos para as águas que cercam o território caribenho venezuelano”, escreveu Arce nas redes sociais.
O presidente boliviano sustentou que “durante séculos” o povo venezuelano “demonstrou uma firme vocação para a paz, a amizade e a integração dos povos” do continente.
“Vincular a Revolução Bolivariana e o irmão presidente Nicolás Maduro ao narcotráfico é uma das maiores infâmias do governo Trump nos últimos tempos, assim como o uso recorrente da guerra às drogas como instrumento de intervenção imperialista em países que não se alinham com seus interesses geopolíticos”, disse o mandatário.
Arce também enviou um “abraço fraterno” ao governo Maduro “e ao valente povo venezuelano, que sempre foi generoso com a Bolívia”.
Ele também fez um “apelo urgente” para que entidades como a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), a União das Nações Sul-Americanas (UNASUL) e o bloco bolivariano ALBA-TCP convoquem “reuniões de emergência” para “abordar esta questão com a seriedade que ela merece” e defender “a soberania e a paz regionais”.
Na terça-feira, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, declarou que os Estados Unidos estão preparados para “usar todo o seu poder” para conter o “fluxo de drogas para o seu país”, após ser questionada sobre o envio de três navios com 4.000 soldados em águas caribenhas perto da Venezuela.
Questionada sobre o envio de tropas, Leavitt respondeu em entrevista coletiva que o presidente americano, Donald Trump, “está preparado” para conter o narcotráfico e “levar os responsáveis à justiça”.
“O regime de Maduro não é o governo legítimo da Venezuela. É um cartel de drogas, na visão deste governo. Maduro não é um presidente legítimo. Ele é um líder foragido deste cartel, acusado nos Estados Unidos de tráfico de drogas para o país”, insistiu Leavitt.
Arce é aliado político de Maduro e, em 6 de agosto, recebeu o chanceler venezuelano, Yván Gil, para as comemorações do bicentenário da independência da Bolívia.
Fonte: Gazeta