O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, agradeceu nesta segunda-feira (18), na Casa Branca, a carta que a primeira-dama dos Estados Unidos, Melania Trump, enviou ao ditador da Rússia, Vladimir Putin, defendendo o retorno das crianças ucranianas sequestradas para Kiev.
“Muito obrigado à sua esposa, a primeira-dama dos Estados Unidos. Ela enviou uma carta a Putin sobre nossas crianças. Minha esposa, a primeira-dama da Ucrânia, entregou essa carta, não a você, mas à sua esposa”, disse Zelensky, entregando uma carta de agradecimento ao presidente americano no início do encontro entre os dois em Washington.
Trump respondeu dizendo que “a primeira-dama sentiu isso muito profundamente”.
“Ela viu o mesmo que vocês veem, e o que eu também vejo. É horrível. Ela ama as crianças, tem um filho maravilhoso que provavelmente ama mais do que qualquer um, inclusive mais do que a mim – odeio admitir isso”, afirmou.
O presidente americano acrescentou que “era uma carta muito bonita” e que a mesma foi “bem recebida” por Putin.
Na carta da primeira-dama, que foi entregue na reunião entre Trump e Putin na última sexta-feira, Melania pediu o fim da guerra pelo futuro das crianças que estão imersas no conflito e apelou à consciência dos líderes que têm a possibilidade de tomar decisões.
Sequestro de crianças
Em março de 2023, o TPI emitiu um mandado de prisão contra Putin e Alekseyevna Lvova-Belova, comissária para os Direitos da Criança da Rússia, pelo crime de guerra de sequestro de mais de 19 mil crianças ucranianas, que foram enviadas a orfanatos ou entregues para adoção por famílias estranhas na Rússia.
“O Sr. Vladimir Vladimirovich Putin, nascido em 7 de outubro de 1952, Presidente da Federação Russa, é alegadamente responsável pelo crime de guerra de deportação ilegal de população (crianças) e de transferência ilegal de população (crianças) de áreas ocupadas da Ucrânia para a Federação Russa”, dizia a nota da condenação.
A Rússia alega que a decisão “não tem sentido” e diz que suas ações foram apenas para proteger menores vulneráveis de uma zona de conflito.
“As decisões do Tribunal Penal Internacional não têm sentido para o nosso país, inclusive do ponto de vista jurídico”, afirmou, à época, Maria Zakharova, porta-voz da diplomacia russa.
Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas) , desde a invasão da Rússia, entre 24 de fevereiro de 2022 e 31 de dezembro de 2024, 669 crianças morreram e 1.833 ficaram feridas, principalmente por causa do uso extensivo de armas explosivas em áreas civis e povoadas.
Ainda de acordo com a organização, 521 morreram e 1.529 ficaram feridas em território controlado pela Ucrânia, enquanto 148 morreram e 304 ficaram feridas em áreas ocupadas por Moscou.
Em março deste ano, a ONU condenou o sofrimento “inimaginável” de milhões de crianças ucranianas nos mais de 3 anos desde o início da guerra.
Fonte: Gazeta