A Rússia afirmou nesta segunda-feira (18) que rejeita categoricamente o posicionamento de forças da Otan na Ucrânia após um eventual cessar-fogo na guerra, proposto no último domingo durante a reunião da chamada “Coalizão de Voluntários” copresidida pelos chefes de governo do Reino Unido e França.
A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, afirmou que: “confirmamos nossa categórica rejeição a qualquer roteiro que preveja a presença de um contingente militar da Otan na Ucrânia, o que implica uma escalada incontrolável do conflito com consequências imprevisíveis”.
Em relação à reunião convocada hoje em Washington pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para debater a guerra na Ucrânia com o presidente do país, Volodymyr Zelensky, e um grupo de líderes europeus, Zakharova alegou que as declarações de Londres e Paris “em essência mostram suas aspirações abertamente provocadoras e predatórias em relação ao conflito na Ucrânia”.
“Essas declarações belicosas, que são de fato uma incitação cínica a continuar as ações de guerra, só confirmam que Londres não está interessada em solucionar a situação e só faz todo o possível para prolongar o derramamento de sangue”, afirmou.
Segundo a diplomata russa, “a política dos britânicos simplesmente não permite que Kiev saia do conflito por meio de negociações, e, como é habitual para eles, prolongam de forma arrogante e autossuficiente os sofrimentos do povo ucraniano”.
Ela acrescentou que o Reino Unido se tornou uma figura secundária na política internacional, e “dificilmente é capaz de compreender toda a carga da responsabilidade que assume e as consequências potencialmente catastróficas da política destrutiva escolhida”.
“Pedimos a Londres que se abstenha de gambitos geopolíticos perigosos e mal planejados ou, pelo menos, não impeça o trabalho minucioso dos negociadores russos e americanos”, disse.
Ontem, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e o presidente francês, Emmanuel Macron, reafirmaram seu apoio contínuo à Ucrânia e elogiaram o desejo de Zelensky de alcançar “uma paz justa e duradoura”.
Starmer e Macron também destacaram o compromisso do presidente americano, Donald Trump, de oferecer “garantias de segurança à Ucrânia”, em um contexto em que a “coalizão de voluntários” terá “um papel vital através da Força Multinacional na Ucrânia, entre outras medidas”.
Reino Unido e França reafirmaram “a disposição de enviar uma força de garantias assim que as hostilidades cessarem, e de ajudar a proteger os céus e mares da Ucrânia e regenerar as forças armadas do país”.
Tanto Zelensky quanto Starmer e Macron viajaram hoje aos Estados Unidos junto com outros líderes europeus para se reunirem com Trump e buscar uma solução para o conflito na Ucrânia.
Fonte: Gazeta