Uma explosão foi registrada neste domingo (17) perto do centro de votação onde o candidato à presidência da Bolívia pela aliança Popular, Andrónico Rodríguez, pretende votar nas eleições gerais realizadas hoje no país.
Testemunhas relataram a veículos de imprensa locais que foi ouvido um forte estrondo no pátio traseiro do colégio José Carrasco, na cidade de Entre Ríos, na região de Cochabamba.
Policiais da Força Especial de Luta Contra o Crime (Felcc) chegaram ao local para colher depoimentos e investigar o incidente.
Juan Carlos Campero, o promotor responsável pelo caso, afirmou aos meios de comunicação locais que “não houve danos materiais nem pessoais” e acrescentou que “a votação está ocorrendo normalmente”.
Rodríguez é o candidato de esquerda mais bem posicionado nas pesquisas, ficando entre o terceiro e o quarto lugar, atrás dos opositores Samuel Doria Medina, da aliança Unidade, e do ex-presidente Jorge ‘Tuto’ Quiroga (2001-2002), da aliança Livre, que poderiam disputar um inédito segundo turno.
O candidato da aliança Popular era considerado o herdeiro político do ex-presidente Evo Morales (2006-2019), mas decidiu se candidatar por conta própria, o que fez o ex-governante qualificá-lo como “traidor”.
Por sua vez, O ex-presidente Evo Morales reafirmou que não apoia nenhum candidato e não tem nenhum acordo com nenhum partido político para as eleições gerais.
Morales compareceu cedo na localidade de Villa 14, seu local de votação, localizada no Trópico de Cochabamba, seu reduto político e sindical, com uma caneta na mão para “votar nulo”.
“Até duas semanas atrás havia possibilidades, mas houve intimidação, ameaça e perseguição”, disse o ex-mandatário sobre supostos acordos com outras agrupações políticas para que fosse candidato.
O ex-presidente também disse que seu apelo ao povo boliviano é para que anule o voto, porque sem ele na cédula presidencial não há nenhum candidato “que represente o povo” da Bolívia.
Morales renunciou à sua filiação ao partido governista Movimento ao Socialismo (MAS) após perder a liderança da legenda depois de quase 30 anos.
Uma inabilitação constitucional tirou o ex-presidente da corrida presidencial. Ele também tentou se inscrever nas eleições com um partido “emprestado”, mas não conseguiu ter seu registro legal aprovado no Tribunal Supremo Eleitoral (TSE).
Mais de 7,5 milhões de pessoas são esperadas nas urnas em território boliviano para eleger o presidente, o vice-presidente e os parlamentares do Legislativo, e outros 369.308 cidadãos votarão no exterior.
Fonte: Gazeta