Políticos da Ucrânia lamentaram nesta sexta-feira (15) que um cessar-fogo não tenha sido anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e pelo ditador da Rússia, Vladimir Putin, após uma reunião de cerca de duas horas e meia entre ambos na região de Anchorage, no estado americano do Alasca.
Depois do encontro, os dois líderes falaram à imprensa que as conversas foram produtivas, mas não deram maiores detalhes, nem anunciaram uma trégua nas hostilidades.
“Ainda não chegamos lá, mas já avançamos. Não há acordo até que haja um acordo”, disse Trump. Já Putin afirmou que espera “que o acordo que alcançamos” ajude a “abrir caminho para a paz na Ucrânia”, sem esclarecer que acordo seria esse.
Oleksandr Merezhko, presidente da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento ucraniano, manifestou sua frustração ao jornal The New York Times.
“Acho que [a reunião] foi um fracasso porque Putin voltou a falar sobre questões de segurança e usou sua retórica habitual”, disse Merezhko. “Não vejo nenhuma mudança.”
O deputado ucraniano disse que Putin “venceu a guerra da informação”: “Ele usou Trump para mostrar que não está isolado”.
Outro deputado ucraniano, Oleksiy Goncharenko, escreveu no Telegram que a reunião apenas serviu para Putin “ganhar tempo”. “Nenhum cessar-fogo ou qualquer redução da tensão foi acordado”, afirmou.
Reforçando a impressão de que o encontro foi uma vitória diplomática de Putin, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, ironizou a imprensa do Ocidente, fazendo referência à grande recepção que o ditador russo teve no Alasca.
“A mídia ocidental está em um estado que pode ser descrito como frenesi, transformando-se em completa loucura: há três anos, eles vêm noticiando que a Rússia está isolada, e hoje viram o tapete vermelho estendido para saudar o presidente russo nos Estados Unidos”, comemorou, em post no Telegram.
Fonte: Gazeta