A primeira-dama americana, Melania Trump, enviou uma carta direcionada ao ditador russo, Vladimir Putin, a respeito do sequestro de crianças ucranianas, prática exercida por Moscou.
O documento foi entregue pelo chefe da Casa Branca, Donald Trump, a Putin durante a cúpula entre ambos, ocorrida ontem (16), no Alasca, de acordo com informações da agência de notícias Reuters. A íntegra do texto não foi divulgada nem por autoridades americanas nem pelo Kremlin.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, agradeceu Melania pelo gesto, durante chamada com o republicano após a reunião com o chefe do Kremlin. Já Andrii Sybiha, o chanceler ucraniano, classificou a atitude da primeira-dama americana como um “ato de humanismo”.
A esperada reunião entre Trump e e o ditador russo, Vladimir Putin, nesta sexta-feira em uma base militar em Anchorage, no Alasca, terminou sem um acordo para um cessar-fogo na Ucrânia, mas ambos os líderes manifestaram sua sintonia e o americano classificou as conversas como “extremamente produtivas”.
Sequestro de crianças
Em março de 2023, o TPI emitiu um mandado de prisão contra Putin e Alekseyevna Lvova-Belova, comissária para os Direitos da Criança da Rússia, pelo crime de guerra de sequestro de mais de 19 mil crianças ucranianas, que foram enviadas a orfanatos ou entregues para adoção por famílias estranhas na Rússia.
“O Sr. Vladimir Vladimirovich Putin, nascido em 7 de outubro de 1952, Presidente da Federação Russa, é alegadamente responsável pelo crime de guerra de deportação ilegal de população (crianças) e de transferência ilegal de população (crianças) de áreas ocupadas da Ucrânia para a Federação Russa”, dizia a nota da condenação.
A Rússia alega que a decisão “não tem sentido” e diz que suas ações foram apenas para proteger menores vulneráveis de uma zona de conflito.
“As decisões do Tribunal Penal Internacional não têm sentido para o nosso país, inclusive do ponto de vista jurídico”, afirmou, à época, Maria Zakharova, porta-voz da diplomacia russa.
Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas) , desde a invasão da Rússia, entre 24 de fevereiro de 2022 e 31 de dezembro de 2024, 669 crianças morreram e 1.833 ficaram feridas, principalmente por causa do uso extensivo de armas explosivas em áreas civis e povoadas.
Ainda de acordo com a organização, 521 morreram e 1.529 ficaram feridas em território controlado pela Ucrânia, enquanto 148 morreram e 304 ficaram feridas em áreas ocupadas por Moscou.
Em março deste ano, a ONU condenou o sofrimento “inimaginável” de milhões de crianças ucranianas nos mais de 3 anos desde o início da guerra.
Fonte: Gazeta